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Celulares e laptops podem ter seguro

Richard Pfister
DA AGÊNCIA ANHANGÜERA richard.pfister@rac.com.br
O quadro de insegurança no Brasil faz crescer um mercado ainda pouco explorado no País, o de seguros contra roubos de aparelhos eletrônicos. Portáteis como celulares, iPods, câmeras digitais, filmadoras e notebooks estão entre os equipamentos considerados vulneráveis. Por serem caros e fáceis de carregar, são alguns dos alvos preferidos de ladrões. Com isso em vista, empresas do setor apostam no volume das vendas dos aparelhos para comercializar uma alternativa de seguro financeiramente viável para o consumidor final.
A Fnac e a Ponto Frio fizeram uma parceria com uma seguradora francesa para oferecer o serviço. A Fnac em Campinas vende diversos produtos eletrônicos que entram no lista dos considerados vulneráveis. Há apenas dois meses, a loja passou a oferecer a modalidade do seguro contra roubo. Segundo o gerente de produtos Marcelo Leão, o vendedor indica o serviço no ato da compra, mas cerca de 20% dos clientes que compram os produtos vulneráveis já pedem o seguro.
Na unidade de Campinas, 30% das vendas do segmento são feitas com o seguro contra roubo. “O valor do seguro está amarrado ao risco do produto”, diz Leão. Segundo ele, o seguro de um notebook de R$ 5,5 mil da Sony sai por R$ 824. O de um iPod de R$ 700 custa R$ 140. Como são aparelhos de alta rotatividade, o seguro é válido por apenas um ano e não pode ser transferido em caso de venda ou troca de aparelho.
De acordo com Marcelo Benevides, diretor comercial da RSA Seguros e parceira da Fnac e Ponto Frio, a expectativa é que, inicialmente, 10% do total de produtos sejam vendidos com seguro. A parceria permite que, ao adquirir um produto em alguma das lojas, o cliente pode optar por adquirir o seguro, que válido por um ano em todo o mundo. O valor do seguro pode ser parcelado junto com as prestações do equipamento. Como acontece com outras apólices, em caso de roubo, o cliente deve apresentar um Boletim de Ocorrência e pagar uma franquia que varia de acordo com a cotação do aparelho no mercado, para então receber um novo.
Cálculo
Para o diretor de ramos elementares (responsável pelas apólices de notebooks) da Porto Seguro, Adilson Neri Pereira, o mercado de apólices para produtos eletrônicos ainda é pequeno no Brasil. “É um paradoxo. Como é um seguro barato, a comissão do corretor será pequena, então não há quem venda”, explica.
Para Pereira, a solução está no canal de distribuição. Lojas de eletrônicos concentram os aparelhos e os clientes. Podem, então, oferecer o seguro no próprio local. “Parece-me que esse é o único meio para oferecer apólices baratas”, completa. Segundo Pereira, as pessoas que mais buscam seguros para notebooks são os que utilizam o aparelho como ferramenta de trabalho, que, caso sejam roubados, precisam ser repostos rapidamente.
O modelo adotado pela Fnac, ou por empresas como a Vivo, é o chamado affinity, a distribuição de produtos e serviços de forma massificada. As seguradoras não divulgam, mas é difícil encontrar uma que faça apólices individuais para aparelhos eletrônicos portáteis. Um dos motivos prováveis é o elevado risco de roubo.
“Se o índice de roubo aumenta, a seguradora pode até parar de vender apólices”, explica o diretor da Audit Administração, Assessoria e Corretagem de Seguros, Carlos Augusto. Como o lucro das seguradoras está no volume de vendas, parcerias com fabricantes são o caminho para oferecer apólices competitivas.
Pereira revela que o mercado de seguros contra roubo para notebooks cresceu 69% em relação ao ano passado. Ainda assim, segundo ele, isso não deve representar mais que 1% do total de aparelhos vendidos. De acordo com dados Associação Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrônica, foram vendidos quase dois milhões aparelhos em 2007, 183% mais que no ano anterior. Na Porto Seguro, Pereira afirma que há 18 mil apólices. Algumas, feitas em acordo com empresas, seguram mais do que um notebook. Um número pequeno de qualquer maneira. “Não temos mais do que 100 mil aparelhos segurados”, diz Pereira
QUANTO CUSTA
A parceria entre a RSA Seguros, as lojas Fnac e Ponto Frio estabeleceu um valor de seguro contra roubo de acordo com cada aparelho.
Notebook de R$ 2.500
Seguro: R$ 288
Câmera fotográfica de R$ 400
Seguro: R$ 84
MP3/MP4 de até R$ 100
Seguro: R$ 36
Filmadora de R$ 900
Seguro: R$ 192
Celular de R$ 400
Seguro: R$ 60
GPS de R$ 1.000
Seguro: R$ 204 iPod de R$ 600
Seguro: R$ 96
Contra roubo, queda e dano elétrico
Na página da seguradora Mapfrei é possível fazer uma simulação do valor do seguro para aparelhos de celular em parceria com a operadora Vivo. Basta colocar dados como a região da operadora, marca e modelo do aparelho. A parcela mensal para um bom aparelho custa por volta de R$ 8. Mas o cálculo das seguradoras não é tão simples assim.
“O risco é calculado em cima da experiência da seguradora. Se ela sabe que sua perda vai ser menor, então ela calcula uma apólice mais barata”, explica o diretor da Audit, Carlos Augusto. O índice de sinistro, as ocorrências como roubo ou quebras acidentais, é o que determina o valor. Cada empresa tem o seu critério de cálculo. Contando os impostos, o preço de um seguro costuma variar entre 15% e 30% do valor do produto, isso sem esquecer das taxas de franquia.
O diretor explica que os notebooks são dos poucos aparelhos eletrônicos portáteis para os quais se encontram apólices de seguro contra roubo que o cliente pode contratar de forma individual e não através de uma parceria entre fabricante e seguradora. Isso se justifica, conforme Pereira, pelo fato de ser um produto bastante visado por ladrões, inclusive por quadrilhas especializadas. A cobertura básica contra roubo, queda e danos elétricos de uma aparelho que custa por volta de R$ 3,3 mil, sai por R$ 450 ao ano, aproximadamente. A franquia é aplicada quando há perda parcial, partindo de um mínimo de R$ 150 até o valor de 15% do prejuízo. Mas, cuidado, as apólices não cobrem roubos de notebooks de pessoas que esqueceram seu computador dentro do carro. (RP/AAN).

Fonte: Correio Popular SP

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