CEF atinge limite e busca aquisições
O Programa Minha Casa, Minha Vida e o aumento no financiamento às
pequenas e médias empresas a ser anunciado nos próximos dias estão
levando a Caixa Econômica Federal (CEF) a testar seus limites. Para ampliar sua atuação no mercado – como quer o governo -, a Caixa
não tem problemas de funding, mas sim operacionais. A saída seria a
compra de bancos. A Caixa já está negociando com várias instituições.
Nenhum acordo foi fechado até agora porque a Caixa quer ter o controle
dos negócios adquiridos. Esse é um dos temas da reunião de hoje da
direção da Caixa com o ministro da Fazenda, Guido Mantega.
Desde que o programa Minha Casa, Minha Vida foi lançado, a Caixa
recebeu para análise 400 projetos, envolvendo 73 mil unidades
habitacionais, das quais 6 mil já tiveram o contrato assinado. O
programa será ainda mais incentivado pela redução à metade do seguro habitacional.
O custo vai cair de 20% para 10% do valor da prestação, estima a
presidente da Caixa, Maria Fernanda Ramos Coelho. Hoje, a CEF tem um
acordo operacional com a Caixa Seguros, controlada pela francesa CNP Assurances, que a impede de buscar alternativas mais baratas.
A Caixa, o Banco do Brasil, o BNDES e demais bancos federais são os
principais alavancadores do crédito, disse ontem o ministro da Fazenda,
Guido Mantega, durante o seminário “Bancos Públicos – Financiamento ao
Desenvolvimento e Regulação Bancária”, organizado pelo Valor, em São
Paulo.
Desde o agravamento da crise internacional, em setembro do ano passado,
os bancos públicos aumentaram em 19,5% as operações de crédito, em
comparação com a expansão de apenas 2,5% registrada nos bancos
privados. A participação dos bancos públicos no crédito atingiu 37,7%,
percentual próximo da fatia de 41,9% dos bancos privados. Já a
participação dos estrangeiros é de 22%. Página C1 e C2
Fonte: Valor