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Ceará Steel sai, mas sem a participação da Petrobras

Uma solução de mercado deverá viabilizar a siderúrgica Ceará Steel. A Vale do Rio Doce e seus sócios privados no projeto (a coreana Dongkuk e a italiana Danieli) informaram ao governo que vão tocar a construção da usina sem o gás da Petrobras, e, sim, com carvão mineral, provavelmente importado da África. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva deverá anunciar o novo modelo na próxima semana, durante viagem ao Nordeste.
A reconfiguração do projeto envolveu negociações na Coréia do Sul entre a Vale, a Dongkuk e a também coreana Posco. Maior usina de aço local e quarta do mundo, a Posco foi convidada a se tornar sócia do novo empreendimento, que deverá exigir investimentos de pelo menos US$ 3 bilhões, com produção de semi-acabados de aço para exportação. A solução põe fim a uma polêmica que dura mais de um ano e que envolveu políticos do Ceará, o setor siderúrgico brasileiro – contrário ao gás subsidiado pela estatal ao projeto – e até o presidente da República.
O projeto da Ceará Steel, com investimento de US$ 750 milhões, estava emperrado porque a Petrobras, por razões legais e também de mercado, vinha se recusando a subsidiar o gás necessário para a produção da futura siderúrgica. “Os outros fabricantes de aço iam querer o mesmo privilégio”, comentou um assessor do governo. “Tentou-se encontrar uma fórmula para não caracterizar o subsídio, mas não foi possível. O mercado resolveu o problema”, disse um ministro, demonstrando alívio com a solução. O temor do Palácio do Planalto era a siderúrgica não sair do papel, provocando fissuras na sua base de sustentação política – por causa do impasse, o deputado Ciro Gomes (PSB-CE), virtual candidato à sucessão de Lula em 2010, vinha aumentando o tom das críticas ao governo e à Petrobras.
Agora, o Ceará vai ganhar uma siderúrgica bem maior que a do projeto atual – passa de 1,7 milhão de toneladas de capacidade para 5 milhões ao ano. A Vale venderá o triplo de minério de ferro e ainda terá a possibilidade de ser fornecedora do carvão que virá a produzir em Moçambique.

Fonte: Valor

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