Cardif cria seguradora e amplia operações no país
Pisco Del Gaiso / Valor
Lombard, da Cardif: “O Brasil é onde temos um dos crescimentos mais rápidos”
A Cardif, seguradora do grupo francês BNP Paribas, está ampliando as operações no país. A companhia criou uma nova seguradora, a Cardif Garantia, para operar com ramos elementares e garantia estendida. A idéia é entrar no mercado se seguros residenciais e de perda e roubo de cartão. De passagem ontem por São Paulo, Eric Lombard, presidente mundial da Cardif elogiou as operações no país. “O Brasil é onde temos um dos crescimentos mais rápidos no mundo”, disse. A meta para o país é crescer sempre a taxas acima de 30%.
Em 2007, os prêmios da Cardif devem crescer 60% e chegarem a R$ 220 milhões. Além disso, 2007 será o primeiro ano em que o grupo deve registrar lucro no país, depois de vários períodos de prejuízo. A Cardif chegou ao Brasil em 1999, mas começou a operar mesmo em 2000.
A Cardif é focada em seguros para proteção financeira (que protegem, por exemplo, contra inadimplência) e garantia estendida (aumento de garantia dada por um fabricante). Neste último, criou uma empresa com a Magazine Luiza, a Luizaseg, somente para vender apólices para a rede de varejo. Agora, está ampliando a parceria com outras redes, conta Alexandre Boccia, presidente da Cardif do Brasil. Citilar, Eletrozema e Eletrosul foram as últimas parcerias fechadas. O garantia estendida representa 30% dos prêmios da Cardif.
A Cardif também está ampliando atuação na América Latina. No ano passado, iniciou operações no Peru e México. Em 2008, começa na Colômbia. Ela ainda opera na Argentina e Chile, com taxas de crescimento sempre na casa dos 60%.
O Chile está entre os dez países mais importantes para a seguradora no mundo, na frente da Alemanha. Segundo Lombard, o Brasil caminha rápido para chegar neste seleto grupo. A região responde por 12% dos prêmios mundiais da seguradora francesa. Este ano, o faturamento global deve superar os 18 bilhões de euros, acima dos 15,6 bilhões de euros de 2006.
Sobre as regras de solvência da Superintendência de Seguros Privados (Susep), que vão exigir mais capital de acordo com o risco, a seguradora ainda não está enquadrada. Estudos preliminares indicam a necessidade de um aporte da matriz. Os executivos não revelam valores. “Estamos esperando os últimos ajustes”, diz Boccia.
A Cardif também tem interesse de atuar no tão comentado segmento de microsseguro – apólices para a população de baixa renda. Lombard conta que a seguradora tem uma experiência na Índia, onde fechou parceria com o banco estatal indiano e desenvolve este tipo de apólice para operações de microcrédito.
Ainda dentro do projeto de ampliar as operações no Brasil, a Cardif inaugurou ontem um telemarketing próprio. A seguradora investiu R$ 1 milhão e criou uma central para 160 atendentes.
Fonte: Valor