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Capitalização é mau investimento

Os títulos de capitalização são uma péssima opção para quem quer economizar. Quem já comprou, deve analisar o melhor momento para fazer o resgate. A constatação é da Associação Brasileira de Defesa do Consumidor Pro Teste, que estudou 36 tipos de títulos oferecidos por 11 instituições financeiras – as maiores do País.
“A recomendação é para que o consumidor fuja desse tipo de investimento. Ele deveria ser uma poupança programada com direito a sorteio. Mas não é isso o que acontece”, afirma a coordenadora institucional da Pro Teste, Inês Dolci. Segundo ela, o dinheiro aplicado em títulos é dividido em três partes que vão para os custos dos sorteios, para a remuneração da empresa e para a administração. “O cliente só terá rendimento de 86% do capital investido. Além disso, os papéis são reajustados a índices inferiores ao da poupança”.
A coordenadora faz uma simulação: quem investir R$ 100 por mês durante um ano em títulos de capitalização terá, no final do período, R$ 1.106,03; a poupança daria R$ 1.248,34, e um fundo DI, R$ 1.259,21. Para quem já tem o título, ela sugere que a pessoa estude o melhor momento de fazer o resgate para diminuir as perdas, “mas o cliente tem de saber se há carência para o saque”.
Inês detalha também que o sorteio é uma “ilusão”: “Dos 36 títulos de capitalização pesquisados, o Ourocap Pop do Banco do Brasil é o que oferece mais chances de ganho. Doze em cada grupo de 100 pessoas podem ser sorteadas. Os valores vão desde R$ 143 a R$ 28,5 mil, que é o menor prêmio registrado entre todos os papéis. Já o Pé Quente Bradesco Nikkei representa a menor probabilidade de premiação. Quase dez clientes entre 100 mil podem ser sorteados. Os prêmios variam entre R$ 100 mil e R$ 2 milhões”.
Só no ano passado, de acordo com a coordenadora, a Superintendência de Seguros Privados (Susep) registrou aumento de 5,5% na arrecadação do setor, em relação a 2006, totalizando R$ 12 bilhões.
“Há aproximadamente dois anos foi feita também uma pesquisa no setor que detectou alguns problemas, como a venda casada de produtos, por exemplo. Mas, por enquanto, quase nada foi feito para tornar mais claras as relações”, acrescentou Inês.

Fonte: Diário do Comércio

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