Capital global de resseguro atinge recorde: US$ 805 bilhões
O capital global da indústria de resseguros alcançou um novo recorde de US$ 805 bilhões no fim de junho de 2025, crescimento de 4,8% em relação ao encerramento de 2024, de acordo com levantamento da corretora de resseguros Gallagher Re. O resultado reflete o avanço tanto do capital tradicional quanto do alternativo, embora o retorno sobre o patrimônio (ROE) de um grupo de 16 resseguradoras tenha recuado de 15,2% no primeiro semestre de 2024 para 12,6% no mesmo período deste ano. Ainda assim, o índice permanece em patamar considerado saudável.
O capital dedicado ao resseguro passou de US$ 768 bilhões em dezembro de 2024 para o atual nível recorde, o maior desde o início da série histórica da Gallagher Re, em 2014. O capital tradicional atingiu US$ 660 bilhões (alta de 5%), enquanto o alternativo chegou a US$ 118 bilhões (crescimento de 4%).
As chamadas empresas do Índice Gallagher Re, que representam 82% do total do capital dedicado, responderam por boa parte da expansão. Os lucros retidos foram responsáveis por cerca de US$ 15 bilhões, o equivalente a metade do crescimento no primeiro semestre. No segmento de capital alternativo não vida, a elevação para US$ 118 bilhões foi impulsionada tanto por novos aportes líquidos quanto pelo bom desempenho dos instrumentos já existentes.
Perspectivas para o ano
Segundo a Gallagher Re, a expectativa é que a tendência de crescimento prossiga no segundo semestre. Considerando o cenário de rentabilidade e o retorno de capital, a projeção é de que o capital tradicional de resseguro avance cerca de 8% em 2025, o equivalente a mais de US$ 57 bilhões. A maior parte desse reforço deve vir de lucros retidos, estimados em US$ 40 bilhões.
Michael van Wegen, Head de Client & Market Insights International da corretora, afirmou:“Esperamos um ROE subjacente de 13% a 14% e um ROE reportado em torno de 17% a 18% para o ano, ambos significativamente acima do custo médio de capital do setor. Com a rentabilidade robusta, o capital tradicional deve crescer aproximadamente 8% em 2025.”
Apesar do recuo do ROE, os índices de sinistralidade combinada das resseguradoras permaneceram em níveis historicamente fortes: 87,5% no indicador subjacente e 94,7% no reportado. Desde 2014, apenas uma vez os resultados foram melhores.
As perdas por catástrofes naturais, puxadas pelos incêndios florestais de Los Angeles em janeiro, tiveram impacto de 9,6 pontos percentuais no índice combinado, acima do nível normalizado de 9%. Esse efeito, contudo, foi compensado por maiores ganhos de investimento (3,4 pontos percentuais) e liberações de reservas de anos anteriores (2 pontos percentuais).
Fonte: Sonho Seguro – Denise Bueno