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Campanha tenta atrair toda a família

Depois de pagar todas as dívidas, reservar uma parte do dinheiro para as contas do dia a dia e algumas emergências, é hora de decidir o que fazer com o dinheiro que sobrou. Quem quiser ganhar com o planejamento financeiro, tem até o dia 30 de dezembro para aportar recursos na previdência complementar. “Para aqueles que pensam em poupar no longo prazo, não há aplicação melhor do que a previdência privada em razão dos incentivos fiscais”, afirma Osvaldo do Nascimento, diretor responsável pelas operações de seguros, previdência e capitalização do Itaú.
“É importante que o dinheiro permaneça no longo prazo. Caso contrário, o investidor será penalizado pelo saque antecipado, tanto no que diz respeito a carências como em relação às alíquotas de imposto de renda”, acrescenta Renato Russo, vice-presidente da SulAmérica e da Federação Nacional das Empresas de Previdência Aberta e Vida (Fenaprevi).
Os apelos das empresas para convencer as pessoas a pouparem são criativos. Há planos para garantir a faculdade do filho, do sobrinho e do neto. Os planos para jovens são os que mais crescem em captação. No mês de outubro, Bradesco, Itaú e Brasilprev, as principais do setor, registraram aportes recordes em resposta as campanhas realizadas no Dia das Crianças. Tem também o apelo de poupar para pagar o curso de especialização no exterior, gastos com saúde na velhice e também os que querem aproveitar o tempo livre na aposentadoria para viajar.
Apesar dos diversos apelos, a previdência privada aberta oferece dois produtos básicos. O Plano Gerador de Beneficio Livre (PGBL) é indicado para aqueles que fazem a declaração de Imposto de Renda completa e que contribuem com o INSS, uma vez que permite a dedução de até 12% da renda bruta anual. O Vida Gerador de Beneficio Livre (VGBL) é indicado para quem complementar a poupança de longo prazo feita no PGBL e para aqueles que não declaram imposto de renda ou fazem a declaração simplificada.
O VGBL não tem vantagem de dedução durante a fase de acumulação e sim no momento do resgate, uma vez que o imposto incide apenas sobre os rendimentos obtidos e não sobre o valor total acumulado, como acontece no PGBL. A cobrança do imposto de renda vai depender da tabela escolhida: progressiva e regressiva.
Se a opção for pela tabela progressiva, o valor será tratado como antecipação do valor devido e os ajustes serão feitos na declaração anual de rendimento. Nessa tabela a tributação será de 15% na fonte independente do valor requerido. O valor dos resgates poderá ser compensado na declaração de ajuste anual do IR, conforme a tabela de desconto progressivo.
Caso a opção seja a tabela regressiva, a tributação será exclusivamente na fonte e a alíquota do imposto de renda dependerá do tempo do investimento. Até dois anos a mordida do leão será de 35%, caindo progressivamente a cada dois anos, até chegar a 10% para fundos com mais de 10 anos.
Os fundos de previdência cobram taxas tanto no PGBL como no VGBL. A taxa de administração, usada para pagar as despesas de gestão dos ativos, pode variar entre 1% a 3% ao ano. A taxa para custos administrativos da empresa de previdência, é cobrada sobre o valor da contribuição. Os planos cobram de 5% a 1% mas há aqueles que isentam da taxa dependendo do valor do aporte ou do patrimônio acumulado.
Tomada a decisão sobre o plano e a forma de tributação, o próximo passo será analisar o perfil de risco. Há basicamente três tipos: conservador, com 100% em renda fixa; moderado, com cerca de 80% em renda fixa e 20% em ações; e os alavancados, com 49% em ações, valor máximo permitido pela legislação do setor, e 51% em renda fixa.
Há empresas, como BrasilPrev e MetLife, que disponibilizam aos clientes fundos que ajustam os ativos de renda fixa e renda variável de acordo com a fase da vida do clientes. “Quanto mais jovem, maior o potencial de renda variável. Quanto mais próximo do alvo, mais conservador deve ser a aplicação”, explica José Roberto Loureiro, presidente da MetLife.
Quem tem um perfil de risco mais agressivo e o longo prazo a seu favor, o mercado acionário é uma opção para tentar ganhar mais. Porém, é um risco. Nos últimos dois meses, as bolsas de todo o mundo têm vivido diariamente um sobe e desce de dar frio na barriga até do mais ousado investidor. “No longo prazo, o rendimento do mercado acionário supera o de renda fixa. Mas quem não tem apetite por risco é melhor ficar na renda fixa”, aconselha Luciano Snel, executivo da Icatu Hartford.
No Brasil, as taxas de juros ainda são muito altas, o que atrai o investidor para os títulos de renda fixa, que concentram cerca de 95% das aplicações dos fundos de previdência. “O tesouro está pagando cerca de 18%. Uma taxa muito atraente. Por outro lado, há verdadeiras pechinchas na bolsa”, diz o consultor Willian Eid, especializado em finanças pessoais.

Fonte: Valor

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