Cai 26% o número de mães com menos de 15 anos no Brasil
Dados divulgados nesta quarta-feira (9) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostram que, em dez anos, caiu em 26,3% o número de mulheres que deram à luz com menos de 15 anos de idade. Em contrapartida, aumenta cada vez mais o número de mulheres que decidem ser mãe após os 30 anos de idade.
De acordo com as Estatísticas do Registro Civil de 2019, foram registrados no ano 16,7 mil nascidos vivos cujas mães tinham até 15 anos na data do parto, cerca de 6 mil a menos que o registrado em 2009.
Considerando os nascimentos cujas mães tinham até 19 anos, a queda foi de 23,6% no mesmo período. No mesmo período, aumentou em 27,5% o número de mulheres que deram à luz entre os 30 e 34 anos. Já entre os 35 e os 39 anos o aumento foi de 63,6%.
“Está cada vez mais aumentando o percentual de mulheres que engravidam após os 30 anos”, enfatizou a gerente da pesquisa, Klívia Brayner.
Entre os 40 e 44 anos de idade, a alta no número de partos foi de 57% e na faixa etária dos 45 aos 49 anos, de 27,2%. Já entre as mulheres com mais de 50 anos de idade, a alta foi de 55%.
Do total de nascidos vivos em 2019, cerca de 9 mil tiveram a idade da mãe ignorada.
Dentre aqueles cuja a idade da mãe foi registrada, 14,3% delas tinham menos de 19 anos, 48,3% tinham entre 20 e 29 anos, e 37,5% tinham mais de 30 anos. Dez anos antes, estes percentuais eram, respectivamente, de 19,1%, 53,8% e 27,2%.
Assim, entre 2009 e 2019, caiu em 23,7% o número de mulheres que deram à luz com até 19 anos de idade e em 8,4% entre aquelas na faixa etária dos 20 aos 29 anos. Já entre as mulheres com mais de 30 anos de idade houve um salto de 40,5% no número de partos.
Ao todo, foram registrados cerca de 2,8 milhões de nascidos vivos no Brasil em 2019, cerca de 87,8 mil a menos que em 2018, o que corresponde a uma queda de 3,2%. O IBGE destacou que a queda ocorreu após dois anos seguidos de alta.
“A queda ocorreu em todas as regiões, no entanto foi mais intensa nas regiões Sudeste (-4,0%) e Nordeste (-3,3%) e menos no Centro-Oeste (-1,8%)”, destacou o IBGE.
No Nordeste (-3,3%), assim como no Nordeste, a queda foi mais intensa que a média nacional. Já nas Regiões Norte (-0,8%), e Sul (-2,4%), assim como no Centro-Oeste, elas foram menos intensas que no total do país.
Entre os estados, o Rio de Janeiro apresentou a maior queda (-5,4%), seguido pelo Rio Grande do Norte (-4,7%), Alagoas (-4,7%) e Maranhão (-4,5%).
Ao todo, foram registradas mais de 2,888 milhões de certidões de nascimentos no Brasil em 2019, sendo que cerca de 76,2 mil ocorreram em anos anteriores.
“O sub-registro foi maior nos estados da região Norte, chegando a 18,30% em Roraima, e ficando na casa dos 9% no Amazonas, Pará e Amapá. Por outro lado, nos estados da região Sul era de menos de 0,5%”, destacou o IBGE.
Comparando as projeções de população do IBGE, ou seja, o numero de nascimentos esperados com os registros de nascimento, o estudo estimou em 2,37% o percentual de sub-registro de nascimentos em 2018, o que corresponde a quase 77.495 crianças que nasceram e não obtiveram certidão de nascimento naquele ano.
Segundo o IBGE, o sub-registro vem se reduzindo ao longo do tempo. Em 2017, a estimativa de sub-registro de nascimentos foi de 2,4%, enquanto a de 2016 foi de 3,2%. Em 2015, ela havia sido de 4,2%.
Ao analisar os dados referentes aos óbitos registrados no país, o IBGE identificou que os homens jovens, na faixa etária dos 20 aos 24 anos, têm 9,5 vezes mais chance de morrer antes dos 25 anos que as mulheres na mesma faixa etária.
Em 1988, 31 anos antes, esta razão era de 7,3, o que configura um acréscimo de 30,1% da vulnerabilidade dos homens jovens.
Essa estatística considera as mortes por causas não naturais, tais como homicídios, suicídios, acidentes de trânsito, afogamentos, quedas acidentais, etc.
Todavia, o IBGE enfatizou que, se forem considerados somente os registros de óbitos por causas naturais no grupo de 20 a 24 anos, um homem de 20 anos teria 2,1 vezes mais chance de não completar os 25 anos do que uma mulher na mesma idade em 2019.
Maior mortalidade de idosos
Em 2019, foram registrados cerca de 1,3 milhão de óbitos no Brasil. Na comparação com 2008, 11 anos antes, o IBGE apontou que houve alta de 24,5% no volume de mortes no país.
“Esse crescimento ocorreu em virtude da diminuição da mortalidade nas idades iniciais, o que fez com que um maior contingente de indivíduos chegasse às idades finais. No grupo populacional de 85 anos ou mais, o aumento do número de óbitos nesse período foi de 68,3%”, destacou o instituto.
Em 1978, os óbitos de menores de 1 ano e de menores de 5 anos de idade representavam 26,9% e 32,6% do total de óbitos registrados, respectivamente.
“Após 41 anos, graças a melhoria nas condições sanitárias e à vacinação, esses percentuais caíram para 2,3% e 2,7%, respectivamente”, enfatizou o IBGE.
Com a queda na mortalidade das pessoas mais jovens, o aumento dos registros de óbitos da população na faixa de 65 anos ou mais de idade foi significativo.
Em 1978, quando o país ainda tinha uma população extremamente jovem, os óbitos das pessoas de 65 anos ou mais de idade representava 30,1% do total; em 2008, mais da metade dos óbitos registrados foi proveniente desse grupo etário (53,7%). Já em 2019, esse percentual chegou a 61,1%.
Fonte: NULL