Briga da CSN com IRB está longe do final
A briga da Companhia Siderúrgica Nacional (CSN) para fazer o seguro (e o resseguro) de suas instalações industriais, avaliadas em US$ 9,5 bilhões, está longe do fim. Os advogados contratados pelo IRB Brasil Re, que havia sido obrigado pela Justiça a fazer o resseguro do programa de seguro da CSN, acusam a companhia de contar “meias verdades”, omitir fatos e ter máquinas e equipamentos obsoletos.
Os advogados também não poupam críticas à Mapfre, a seguradora que aceitou o programa de seguros da CSN. Segundo documento do escritório de Sergio Bermudes, a Mapfre já tinha, no dia 3 de abril, concordado com as condições propostas pelo IRB para fazer o resseguro da empresa, pelo prazo de 120 dias. Em seguida, os advogados afirmam que a seguradora voltou atrás, no dia 16, e alegou nunca ter feito tal acordo. “A apólice só não foi emitida por inércia da Mapfre.”
Na sexta-feira, o IRB-Brasil Re conseguiu revogar a liminar que o obrigava a aceitar o resseguro da CSN. “O IRB não é obrigado a fazer o resseguro e não quer fazer por questões comerciais”, disse ao Valor o advogado Sergio Bermudes, argumentando que o mercado de resseguro está aberto e agora ficou mais competitivo. Segundo ele, a insistência da CSN em fazer a apólice com o IRB é uma tentativa da empresa de obter condições mais favoráveis. O IRB foi o ressegurador da empresa por mais de 60 anos.
O argumento do IRB é que o parque industrial obsoleto da CSN, no fim da sua vida útil, “merecendo trocas e reparos”, vem sendo alvo de preocupação do mercado segurador nacional e das resseguradoras estrangeiras, que têm limitado a vigência do contrato e a cobertura do maquinário. A Unibanco AIG, por exemplo, não quis renovar a apólice. Procurada pelo Valor, a CSN não se pronunciou.
Fonte: Valor