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Brasileiro é otimista com relação ao seu futuro financeiro

O brasileiro de meia-idade não se preocupa com a sua aposentadoria, mas acha que, de algum modo, em sua fase pós-trabalho terá dinheiro para bancar uma situação tão confortável quanto à atual ou até melhor. E, mesmo com as constantes reduções do benefício social, o brasileiro ainda acredita que o governo será a principal fonte de renda para essa sobrevivência confortável. Essas percepções foram verificadas na pesquisa anual sobre o futuro da aposentadoria, organizada mundialmente pelo Oxford Institute of Ageing para o HSBC.
A pesquisa foi feita em 25 países, a partir de 21 mil entrevistas com pessoas entre 40 e 79 anos. Em todo mundo, há um contingente grande de pessoas que está sujeita à chamada “armadilha da vulnerabilidade”, diz Fernando Alves Moreira, diretor-executivo da HSBC Seguros no Brasil. “É um grupo que se acha preparado para a aposentadoria, mas que não fez contas e precisará fazer algo a mais para se garantir na velhice.” E são poucas as pessoas que não vão cair nessa armadilha, diz. Entre os 25 países onde ocorreram as entrevistas, o Brasil está em 21º lugar entre os países que mais se preocupam com a aposentadoria.
Essas evidências não são apenas brasileiras, mas mundiais. “Muitos governos prometeram aposentadorias públicas generosas a partir dos 60 ou 65 anos, mas isso está se tornando cada vez mais insustentável na medida em que a expectativa de vida das pessoas está aumentando”, diz o estudo. Os sistemas de previdência que bancavam a sobrevida de uma década agora têm de bancá-las por 25 a 40 anos.
Em parte, as pessoas estão cientes dessa situação. Mundo afora, os trabalhadores não querem mais sacrifícios no sistema de previdência social, mas querem mais incentivos para sua poupança pessoal para a aposentadoria, diz Moreira. No mundo, para 36% dos trabalhadores, os governos deveriam estimular a previdência complementar. No Brasil, são 50% dos entrevistados que concordam com essa medida. Isso não significa, no entanto, que eles concordem com mais cortes nos benefícios do governo, nem com a prorrogação na data prevista para aposentadoria.
A renda futura das pessoas, segundo evidenciou a pesquisa do HSBC, é baseada em quatro pilares: governo, empregador, família e no esforço pessoal. O governo é visto como o contribuinte mais importante, seguido pelo empregador, pelo indivíduo e, por último, pela família. Quanto mais jovens e quanto maior a renda, porém, mais o indivíduo se vê como agente importante do seu futuro.
Porém, o Brasil, comparado a outros países, é um local onde há boa distribuição relativa entre esses quatro pilares de fonte de renda na aposentadoria. Para os autores do estudo, quando mais espalhada for a renda entre esses fatores na aposentadoria, melhor.
Trabalhar após a aposentadoria também é descartado pelos entrevistados. Mas a situação é encarada menos como uma fonte de renda extra e mais como uma necessidade de vida. Entre os brasileiros de 50 a 59 anos, 42% sentiram falta do trabalho que faziam antes de se aposentar. Não se sentir mais útil após aposentado é o maior medo dos brasileiros, revela a pesquisa.
Entre aqueles entre 60 e 69 anos que continuaram trabalhando, 84% diz ter escolhido manter-se na ativa por vontade própria e apenas 16% afirmaram que era por necessidade. No entanto, na faixa seguinte, de 70 a 79 anos, essa proporção já muda, para 54% que trabalham porque querem e 46% porque têm necessidade.
A falta de planejamento também faz com que a proporção de pessoas preocupadas com o pagamento das contas durante a aposentadoria sobe de 41% entre aqueles que ainda trabalham para 68% entre os que já se aposentaram. “Há um problema de falta de consciência das pessoas, que não pensam no assunto no momento em que deveriam”, diz Moreira. Na comparação com o mundo, a América Latina destoa no ponto em que as pessoas da região vêem o conhecimento como principal legado a deixar aos herdeiros.

Fonte: Valor

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