Brasileiro deve começar a sentir no bolso alta de preços logo após as eleições
Logo após o Brasil conhecer o presidente dos próximos quatro anos, é possível que os brasileiros já comecem a sentir no bolso a alta de preços que foi represada pelo governo federal desde 2013. O ajuste nas tarifas de serviços que têm preços regulados pela União (chamados preços administrados), como energia elétrica, combustíveis e transporte, já começou em 2014, mas o ritmo ainda está aquém do ideal. A avaliação de economistas é que pode haver correção até dezembro e, sobretudo, até o fim do próximo ano.
O ministro da Fazenda, Guido Mantega, já sinalizou, por exemplo, que haverá reajuste em breve, ao falar que “todos os anos há correção do preço da gasolina, uns mais, outros menos, mas todos os anos tem correção”. Para o mercado, ficou mais claro que o governo vai reajustar a gasolina até o fim do ano, mas somente após as eleições, quando não haverá mais risco eleitoral. As ações da Petrobras até subiram no rastro das declarações de Mantega.
A última vez que houve reajuste de preços dos combustíveis foi em novembro do ano passado, quando a Petrobras foi autorizada a aumentar em 4% a gasolina e em 8% o diesel, nas refinarias. Desde 2013 o preço vem sendo segurado pelo governo para ajudar no controle da inflação, movimento que prejudicou as contas da estatal. Em doze meses até julho, o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) já subiu 6,5%.
Boa parte do represamento que ocorreu em 2013 começou a ser diluído a partir de outubro do ano passado. A alta dos preços administrados, que desacelerou para 1,54% em 2013, já subiu para 4,63% em doze meses até julho, segundo um integrante da equipe econômica de Dilma. “O ajuste está ocorrendo. No caso de energia elétrica está claro que não há represamento. As tarifas estão subindo”, destacou a fonte. Em julho, o custo da energia residencial subiu 4,52% somente em julho e 9,73% no ano. Até o final do ano, o BC, de acordo com a mesma fonte, espera um reajuste total de 14% da conta de luz.
A alta conta que as distribuidoras de energia estão pagando com dinheiro emprestado, e que foi impedida de ser repassada integralmente aos consumidores, virá nos próximos anos. O secretário executivo do Ministério de Minas e Energia, Márcio Zimmermann, divulgou um calendário com o impacto na tarifa de energia das duas operações de crédito às distribuidoras, que somam 17,8 bilhões de reais. O cronograma prevê alta de 2,6% em 2015, 5,6% em 2016 e 1,4% em 2017. Os valores já levam em consideração o efeito positivo da renovação de concessões de usinas hidrelétricas. Sem essa renovação, o reajuste seria de 25% durante os próximos três anos. O ministério tenta conter a proliferação de previsões de alta de energia que ganharam força nos últimos dias, em meio à campanha eleitoral.
Fonte: http://veja.abril.com.br