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Brasil perde fôlego e segura América Latina

A fraqueza da economia brasileira e a eleição do republicano Donald Trump para a presidência dos Estados Unidos contribuirão para travar o crescimento da América Latina, segundo o Fundo Monetário Internacional (FMI). A instituição reduziu a previsão para a expansão da economia brasileira para apenas 0,2% em 2017, em vez do 0,5% previsto em outubro passado. A revisão de expectativa “se fundamenta na constatação de que o final de 2016 foi mais negativo do que esperávamos”, explicou o diretor  do Departamento do Hemisfério Ocidental no FMI, Alejandro Werner.

Ontem, o organismo multilateral divulgou as primeiras projeções sobre as principais economias da América Latina após a vitória de Trump na corrida à Casa Branca. Segundo o FMI, a incerteza por possíveis mudanças na política comercial e migratória sob o comando do republicano, que tomou posse na última sexta-feira, enfraquecerá a recuperação econômica da região em 2017, que não passará de 1,2%, ante o 1,6% estimado em outubro.

De acordo com o fundo, um eventual estímulo por uma maior demanda do mercado interno norte-americano será contrabalançado por um aumento generalizado das taxas de juros e pela “incerteza em torno de possíveis mudanças” promovidas pelo novo governo dos EUA. Alejandro Werner disse que a entidade considera a possibilidade de um “endurecimento da política monetária mais rápido do que o previsto, devido ao fortalecimento da demanda interna e a pressões inflacionárias”.

O maior corte nas expectativas de crescimento, entre os principais países da região, foi verificado no México, que será diretamente afetado pelas políticas protecionistas de Trump. O FMI prevê para 2017 uma alta de apenas 1,7% para a economia mexicana. Em outubro, a expectativa era de 2,3%.

Retrocesso

“A redução da taxa de crescimento do México, mesmo em um ambiente em que estamos aumentando a taxa de expansão esperada para os Estados Unidos, indica que os efeitos dessa incerteza já estão sendo negativos para 2017”, disse Werner. Em seu blog no site do FMI, ele alertou que a economia do México está “entrando em um terreno difícil”.

No caso da Argentina, o FMI trabalha agora com uma expectativa de crescimento neste ano da ordem de 2,2%, o que significa uma revisão de meio ponto percentual. Em outubro, a estimativa era 2,7%. Da lista de previsões divulgada ontem, apenas Chile e Peru experimentaram um aumento marginal de previsões de expansão econômica.

Para o FMI, o Chile fechará 2017 com alta de 2,1% no PIB (+0,1 ponto), e o Peru, com 4,3% ( 0,2 ponto). A Venezuela deve continuar em retrocesso. O FMI prevê  neste ano uma queda de 6%, maior que o recuo de 4,5% estimado em outubro.

Defeso tem novas regras

O governo resolveu mudar as regras para concessão do seguro-defeso, benefício previdenciário concedido pelo Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) aos pescadores artesanais durante o período de defeso, quando os peixes se reproduzem, e, por isso, a atividade precisa ser paralisada. Se houver possibilidade de pescar outras espécies durante esse período, eles não receberão mais o seguro, que equivale atualmente a um salário mínimo mensal e pode durar até cinco meses.

Regulado pelo Decreto nº 8.425/2015, o benefício terá as regras alteradas por outro decreto, de iniciativa do Ministério do Planejamento, a ser publicado no Diário Oficial da União (DOU). Outra modificação prevista é que o prazo de autorização para pesca artesanal, hoje estipulado em um ano, passará para três anos. A medida busca diminuir a burocracia para renovar o documento.

Para ter direito ao benefício, o pescador precisa comprovar que a pesca é a única fonte de renda da família e que ele fica prejudicado durante o período de defeso de determinadas espécies. A pesca precisa ser feita de maneira exclusiva e ininterrupta, sozinho ou em regime de economia familiar.

Fonte: Correio Braziliense

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