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Brasil garante resultados para empresas estrangeiras na crise

No caso do espanhol Cesce, presença na América Latina resultou na manutenção do rating com perspectiva estável pela Standard & Poors
São Paulo
O momento econômico e político do Brasil têm atraído olhares do mundo, principalmente no cenário atual, no qual países desenvolvidos enfrentam problemas financeiros e fiscais. As seguradoras estrangeiras também veem no mercado nacional o potencial de expandir ou continuar a desenvolver seus negócios de forma rentável. A presença na América Latina, com liderança do Brasil, garantiu ao grupo espanhol Cesce a manutenção do rating com perspectiva estável pela Standard & Poor”s. A Marítima Seguros, de origem nacional, obteve R$ 400 milhões em investimentos da japonesa Sompo Japan Insurance, assim como a paranaense JMalucelli, que tem como parceira a Travelers.
Com operações no Brasil há 15 anos, a CesceBrasil corresponde a 12% da presença no grupo, que possui atuação na América Latina, França, Portugal e Espanha. Segundo o diretor comercial, Daniel Nobre, a participação tende a aumentar com o marco regulatório, economia e momento político brasileiro. “Na Espanha, a estratégia das empresas é se internacionalizar em momentos de crise e muitas empresas vêm com sucesso. Assim, tem uma vantagem econômica”.
O diretor explica que recentemente o sucesso competitivo foi comprovado com a avaliação do rating pela agência internacional de classificação de risco Standard & Poor”s. “Reavaliou e confirmou em A – apesar do downgrade de diversos bancos e da própria Espanha. Manteve acima do grau de investimento por conta dos importantes players, com o Governo e acionistas de primeira linha, e presença na América Latina. Houve manutenção do rating com perspectiva estável”.
Nobre explica que a subsidiária é autogeradora de recursos e não depende da matriz para a composição do orçamento. “A matriz fornece know-how e expertise técnica, como tecnologia”.
No último ano, no período de janeiro a novembro, a CesceBrasil atingiu R$ 47 milhões em prêmios no ramo de seguro garantia, o que corresponde a um avanço de 27%, para 6,5% de participação de mercado (market share, na sigla em inglês). Já o mercado avançou 15%, para R$ 703,7 milhões, segundo dados da Superintendência de Seguros Privados (Susep). Para 2012, a perspectiva de crescimento está em 25%. “Acreditamos que neste ano haverá relaxamento monetário, força na política fiscal voltada para investimentos e retomada dos projetos nas empresas. A retomada de projetos e investimentos do Governo em infraestrutura é favorável por conta do tomador de seguro garantia”.
De origem brasileira, a Marítima Seguros possui controle acionário dividido com a Yasuda Seguros, subsidiária brasileira da Sompo Japan Insurance. No início da parceria, em 2009, houve aporte de R$ 200 milhões e, segundo o diretor financeiro da Marítima, Milton Bellizia, os investimentos continuam sendo realizados. “Contribui na consolidação de resultados e estão investindo no Brasil. Estão investindo R$ 400 milhões no Centro de Soluções Corporativas (CSC), uma plataforma tecnológica para melhorar a excelência das operações. Veem o mercado brasileiro como de alta potencialidade”.
O diretor revela que 2011 foi positivo, já que a expansão foi superior ao mercado, em 17%, para R$ 1,483 bilhão em prêmios. “A lucratividade aumentou e mostra que estamos no caminho certo. De R$ 15 milhões em 2010 para R$ 27,5 milhões em 2011”.
Bellizia ainda acrescenta que para este ano o foco está na expansão para além do Estado de São Paulo, com prioridade no Nordeste, onde ontem foi inaugurada a filial de Recife.
A paranaense JMalucelli obteve em junho de 2011 nova parceria estratégica com a Travelers, dos Estados Unidos, que conquistou 43,4% do capital votante da JMalucelli Participações em Seguros e Resseguros após investimentos de R$ 657,1 milhões no Paraná Banco. Dessa forma, a nova holding terá como foco seguros para ramos patrimonial e de responsabilidade. “É a maior dos Estados Unidos em seguro garantia e tem a capacidade de atender clientes norte-americanos aqui no Brasil, além de empresas brasileiras lá fora. Além disso, olham o ramo patrimonial e de responsabilidade”, disse Alexandre Malucelli, vice-presidente da seguradora, ao anunciar os novos produtos. O executivo mencionou ainda a importância da tecnologia na área de sinistros.
Outra companhia brasileira com capital estrangeiro é a Caixa Seguros, no qual a composição acionária é dividida em 51,74% com a francesa CNP Assurances, 48,21% Caixa Econômica Federal e 0,05% em outros. Pela primeira vez, a seguradora atingiu em 2011 faturamento de R$ 7,4 bilhões e um resultado líquido de R$ 1 bilhão. Procurada para comentar a participação do grupo estrangeiro, a assessoria de imprensa informou que preferem não se pronunciar para não gerar confusão em relação às seguradoras estrangeiras que estejam abrindo filiais no Brasil.

Fonte: Panorama Brasil

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