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Brasil está vulnerável a ataques de hackers, alerta especialista

O Brasil ainda tem que percorrer um longo caminho para desenvolver o mercado de seguros contra ataques cibernéticos, na avaliação do líder de Cyber Risks do Willis Group em Londres, Peter Armstrong. Para ele, já existem claros ataques com perdas substanciais no País. “O Brasil, por volta dos anos 1990, desenvolveu muito o banco eletrônico, além disso, conseguiu estabilizar a economia e hoje possui a segunda maior rede de caixas eletrônicos do mundo. Todo esse dinheiro eletrônico tornou-se o cenário propício para a atração de hackers”, adverte, aliando tal vulnerabilidade a uma legislação de proteção e sigilo de dados que considera “fraca”.
Após mencionar números sobre ataques cibernéticos no mundo, Peter Armstrong cita uma pesquisa da Business Software Alliance realizada junto a 24 países e que revela a fragilidade do Brasil. O trabalho visou identificar a maturação dos mercados para adotar a computação na nuvem e o resultado não foi nada favorável ao País, situando-o em último lugar da lista. Um dos motivos apontados: a fragilidade da legislação brasileira na garantia de proteger a privacidade na transmissão de dados.
Armstrong entende que a maturação do mercado só ocorrerá quando a discussão sobre os riscos dos ataques cibernéticos chegar aos conselhos das empresas. E assinala que um estudo da McAfee, Intel e do Centro de Estratégia de Estudos dos Estados Unidos identificou que a escala de perdas por crimes e interrupção de negócios contra o total de valores transacionados na internet é algo em tomo de 15% a20%. Elembra que normalmente, em outros casos, quando o risco chega a 1,5% a 2% o mercado fica “muito preocupado”.
Questão crucial
Isso significa, na análise de Armstrong, que, com o crescimento do uso da internet, essas perdas ficarão insustentáveis para o mercado de capitais, que forçará o desenvolvimento do mercado do seguro contra ataques cibernéticos e o investimento em segurança. “Temos aqui um círculo de maturação”, pontua, acrescentando que estão em jogo possíveis danos de reputação nas organizações, além de problemas físicos e de interrupção de negócios. “Essa é uma questão crucial para o board das empresas”, julga.
Peter Armstrong assinala que, no Brasil, a parte de risco relacionada à computação na nuvem é gigantesca, como apontado no estudo da Business Software Alliance e é muito difícil de mensurar. Segundo ele, tem-se a grande tentação de falar sobre o risco de terceiros, de focar nos problemas dos bancos e dos consumidores, mas o problema principal está no risco para os negócios das empresas. “As ameaças nos setores de mineração e de commodities, que estão por trás do crescimento do País, são enormes”, alerta o especialista.

Fonte: Jornal do Commercio

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