Brasil cresceu abaixo do potencial nos últimos 3 trimestres, diz Tombini
O presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, afirmou nesta terça-feira (28), durante audiência pública na CAE (Comissão de Assuntos Econômicos) do Senado, que o Brasil cresceu abaixo do seu potencial nos últimos três trimestres, incluindo o atual.
“Não é por outra razão que o Banco Central vem ajustando para baixo suas taxas”, declarou Tombini, referindo-se aos cortes na taxa de juros básica da economia, a Selic, desde agosto pelo Copom (Comitê de Política Monetária do Banco Central).
Ele declarou ainda que, de 2008 para cá, os bancos centrais do mundo vêm adotando juros menores do que deveriam.
“Temos visto a adoção de políticas monetárias expansionistas que têm ampliado a liquidez no mercado financeiro global. Isso tem contribuído para minimizar a aversão ao risco e deve intensificar o fluxo de capitais para economias emergentes”, disse em referência às medidas de estímulo, ou mesmo injeção de recursos, adotadas por diversos países no intuito de movimentar suas economias.Tombini afirmou ainda que o Brasil vai crescer “mais em 2012 do que cresceu em 2011”.
A estimativa é de que a economia tenha crescido entre 2,7% e 3% em 2011; o resultado oficial será divulgado em 6 de março.
Já para 2012, o governo trabalha com a meta de 4,5% do PIB (Produto Interno Bruto).
Tombini disse ainda que a inflação deve ser menor nos próximos meses do que em 2011, quando houve um pico na alta dos preços em setembro e outubro. Atualmente, segundo ele, a inflação acumulada em 12 meses tem se reduzido “sistematicamente”.
Segundo o presidente do BC, o atual “mix de política econômica” é compatível com o maior crescimento da economia e a convergência da inflação para a meta.
No sábado (25), no encontro do G-20 financeiro (que reuniu ministros das finanças e presidentes dos BCs do grupo de países ricos e em desenvolvimento), Tombini voltou a reafirmar que a taxa Selic deve convergir para um dígito. Hoje, a taxa básica de juros está em 10,5%.
“Essa estratégia [de redução da taxa de juros devido às pressões inflacionárias] não se alterou até hoje”, afirmou Tombini.
Fonte: Folha.com