Bovespa recupera os 58 mil pontos em dia sem más notícias externas © 2000 2012. Todos
A falta de notícia é melhor do que mais uma notícia ruim. Com
base nesse raciocínio, os investidores voltaram às compras pelo segundo pregão
seguido e levaram os mercados a subir nesta segunda-feira no Brasil e nos
Estados Unidos. O otimismo continua baseado na reinterpretação do discurso de
quinta-feira do presidente do Banco Central Europeu (BCE), Mario Draghi, que
deixou a porta aberta para a autoridade monetária agir e recomprar títulos de
países endividados da região.
As ações da Petrobras foram do inferno ao céu em poucas horas. Depois de
apresentar seu primeiro prejuízo trimestral em 13 anos, o papel abriu com perda
de mais de 5%. A reação começou com a teleconferência da presidente da estatal,
Maria das Graças Foster. Ao comentar o balanço, a executiva mais uma vez deixou
claro o choque de realidade que está provocando na administração da estatal,
resumiu um operador. E, embora os números ainda decepcionem, o mercado está
começando a gostar do salto da companhia em termos de governança e preocupação
com o investidor.
Graça Foster disse que conversou com o conselho de administração leia-se o
governo sobre a necessidade de novos reajustes dos combustíveis para que os
preços domésticos acompanhem a cotação internacional do petróleo. Para
analistas, a boa intenção da executiva se juntou à avaliação de que o pior
perdas com variação cambial e baixa de ativos já passou e que os resultados
tendem a melhorar daqui para a frente. A mudança de percepção sobre o balanço,
associado à entrada de capital externo na Bovespa, fez o papel encerrar o dia no
zero a zero.
Conforme operadores, esta segunda-feira foi mais um dia de basket, ou seja,
operações em que os grandes investidores (estrangeiros) entram no mercado
brasileiro comprando todas as ações que compõem o Ibovespa, o que acaba
provocando distorções nos papéis menos líquidos ou que estavam mais achatados.
Resta saber se amanhã o fôlego vai continuar.
Em tempo, o Ibovespa rompeu uma importante resistência gráfica, na linha dos
57.700 pontos, o que, segundo analistas técnicos, sinaliza uma tendência de alta
de curto prazo.
O índice fechou com valorização de 1,90%, aos 58.344 pontos, depois de
oscilar 3 mil pontos, entre a mínima de 56.893 pontos e a máxima de 58.995
pontos. Trata-se do maior patamar do Ibovespa desde 11 de maio, quando marcou
59.445 pontos. O volume financeiro alcançou R$ 6,769 bilhões.
Entre as ações mais negociadas, Vale PNA subiu 1,09%, para R$ 36,90;
Petrobras PN recuou 0,10%, para R$ 19,92; e OGX ON marcou alta de 6,95%, para R$
6,15.
A lista de maiores altas trouxe Usiminas PNA (7,84%, a R$ 8,52), CSN ON
(7,47%, a R$ 11,22) e Usiminas ON (6,52%, a R$ 11,30). Na outra ponta, figuraram
Eletropaulo PN (-3,32%, a R$ 18,01), Dasa ON (-2,52%, a R$ 11,21) e Transmissão
Paulista PN (-1,78%, a R$ 55,00). Depois de divulgar queda de 78% no lucro do
segundo trimestre e decidir não pagar dividendos agora, a Eletropaulo reforçou
que a questão dos dividendos será avaliada apenas no fim do segundo semestre. A
empresa sempre foi uma referência em proventos para o mercado.
Em Nova York, o índice Dow Jones ganhou 0,16, para 13.117 pontos, o Nasdaq
avançou 0,74%, para 2.989 pontos, e o S&P 500 teve ganho de 0,23%, para
1.394 pontos.
Fonte: Valor