BOLÍVIA MANTÉM CONFISCO DE REFINARIAS DA PETROBRAS
O novo ministro dos Hidrocarbonetos da Bolívia, Carlos Villegas, afirmou nesta segunda-feira (18) que o congelamento da medida de confisco das refinarias negociado entre o presidente boliviano em exercício, Alvaro Garcia Linera, e o assessor especial da Presidência do Brasil, Marco Aurélio Garcia, não quer dizer que o País “se submetará” aos desejos da Petrobras. Ele afirmou que a resolução será aplicada no prazo inicialmente previsto: até o fim do mês de outubro.
´´A Bolívia não se submeterá aos desejos da Petrobras. A resolução será aplicada´´, declarou o ministro, visto como um moderado no País. Ele garantiu que os recursos oriundos da comercialização de derivados produzidos pelas refinarias da Petrobras serão do governo boliviano. Desta forma, a Petrobras e outras empresas multinacionais instaladas no País ficariam relegadas à função de prestadoras de serviço da estatal boliviana, a YPFB.
Duas refinarias da Petrobras, nas quais a empresa investiu US$ 105 milhões, são afetadas pela expropriação. Ainda não está claro se o governo boliviano compensará financeiramente a estatal brasileira pelo confisco das refinarias, que são responsáveis pelo abastecimento do mercado interno de combustíveis do País.
“Quero ratificar que, como insumo e como produto, o petróleo será dos bolivianos. E quero assinalar: a resolução ministerial promulgada por Andrés (Soliz Rada, ex-ministro dos Hidrocarbonetos) não se anulou”, disse Villegas. Segundo ele, a Petrobras não “dobrará a mão” do governo boliviano, porque “a resolução se aplicará”.
Procurada pelo G1, a Petrobras informou que não vai se pronunciar sobre o assunto antes de se encontrar com o governo da Bolívia para discutir os termos da nacionalização do setor de petróleo no País. A empresa disse que não vai discutir o assunto pela imprensa.
Fonte: G1