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Bélgica socorre mais um e injeta € 3,5 bi no KBC

O banco belga KBC aceitou ontem uma injeção de capital de 3,5 bilhões do Estado, tornando-se a mais recente importante instituição financeira belga a recorrer ao governo após forte queda no preço de suas ações.
O governo belga deverá adquirir títulos sem direito a voto da instituição financeira, que elevarão substancialmente o nível “core Tier 1” de capital do KBC de menos de 7% para acima de 8%, mas não diluirá a participação dos atuais acionistas, anunciou o a diretoria do KBC, ontem, em Bruxelas.
A operação assemelha-se bastante aos termos de uma injeção no ING, grupo holandês bancário e segurador, pelo governo holandês uma semana atrás.
Assim como ocorreu no ING, os executivos da instituição socorrida ontem não receberão bônus correspondentes a 2008 e também não serão pagos dividendos.
O governo da Bélgica também escolherá dois diretores para integrar o conselho de administração do KBC enquanto durar a operação de socorro oficial.
O grupo KBC reúne, além de um banco varejista, uma importante seguradora para o mercado belga, que atua de modo conservador no mercado local.
As ações da instituição financeira caíram 6,5%, para € 24,96 no meio do pregão matinal das bolsas européias, ampliando os prejuízos acumulados desde sexta-feira, quando quedas de ações e moedas no leste europeu prejudicaram o grupo belga, que tem amplas operações na região.
O KBC anunciou duas semanas atrás que reportaria um prejuízo líqüido para o terceiro trimestre entre € 880 milhões e € 930 milhões de euros. O banco enfrenta 1,6 bilhão em reduções de valor em sua carteira de € 9 bilhões em créditos estruturados. De acordo com comunicado divulgado ontem, o banco insiste em que seu negócios operacionais permanecem “satisfatórios”.
A injeção de capital acontece depois do socorro governamental ao Fortis e ao Dexia.
Nos termos do acordo de investimento do Estado belga, o KBC pagará um cupom de 8,5% sobre os títulos, que crescerá com o aumento dos dividendos ao longo de anos sucessivos. Entretanto, se o banco não pagar dividendos, também não pagará cupons ao Estado.
O KBC poderá também recomprar os titulos a 150%de seu valor nominal e existe uma opção para converter os títulos em ações.
André Bergen, executivo-chefe do KBC, disse em declaração que a solvência não mudou nos últimos dias. “Entretanto, a confiança do mercado de capital foi enormemente afetada, e isso resultou, nas últimas semanas, em insistência unânime para adoção de reservas mínimas de capital mais altas para instituições financeiras”, disse ele.

Fonte: Valor

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