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BC deve ter perda de R$ 47,9 bilhões no 2º semestre de 2016

O Conselho Monetário Nacional (CMN) deve aprovar na quinta-feira o balanço do Banco Central (BC) referente ao segundo semestre e a todo ano de 2016. Os números já apresentados mostram um resultado positivo de R$ 7,780 bilhões nas operações com títulos em carteira, compromissadas, remuneração da conta única do Tesouro Nacional, entre outras. E uma perda líquida com as operações das reservas cambiais de R$ 55,674 bilhões. Assim, o resultado a acertar entre BC e Tesouro fica na casa de R$ 47,9 bilhões. O Tesouro fará a cobertura por meio da emissão de títulos em até 10 dias úteis após a aprovação do balanço.

O resultado do segundo semestre se soma a uma fatura já liquidada de cerca de R$ 200 bilhões referentes ao primeiro semestre de 2016, que foi quitada no começo de 2017. No ano, a conta fechará na casa dos R$ 250 bilhões.

Os expressivos volumes decorrem da equalização das reservas internacionais, que apresentaram uma perda líquida de cerca de R$ 324 bilhões em 2016, em função da desvalorização do dólar de cerca de 18% no ano passado. Também na quinta-feira ficará mais claro o custo de carregamento das reservas internacionais dado pela diferença entre a taxa de captação do BC multiplicado pelo estoque de reservas, que beira os R$ 90 bilhões.

Em 2015, com a forte alta da moeda americana, o ganho contábil com a conversão das reservas internacionais foi de R$ 260 bilhões, e a conta a acertar entre BC e Tesouro ficou positiva na linha dos R$ 234 bilhões. Mas quando o BC ganha, paga ao Tesouro em dinheiro, que é integrado à Conta Única do Tesouro.

No âmbito na chamada Agenda BC+, o presidente do Banco Central, Ilan Goldfajn, já falou que vai rever essa forma de relacionamento com o Tesouro reduzindo a volatilidade das transferências entre os dois entes. A ideia, ainda não detalhada, sugere disciplinar o fluxo de resultados criando uma reserva de resultados, que poderia amortecer essas acentuadas variações. Só depois que for atingido determinado valor é que resultados seriam repassados ao Tesouro.

No Senado tramita um projeto, o PLS 125 de 2016, que propõe a criação de um mecanismo para amortecer essas acentuadas oscilações. Os ganhos ficariam acumulados em uma reserva, para abater possíveis prejuízos futuros. Atingido certo montante, a ser definido pelo Executivo, os resultados excedentes seriam repassados ao “fundo de transferência”. O repasse dos recursos desse fundo ao Tesouro seria em valor equivalente à média dos aportes feitos longo dos três exercícios financeiros anteriores, descontados eventuais saques feitos para cobrir perdas do BC.

Fonte: Valor

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