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BC deve manter juros em 6,5% nos próximos meses

Na última reunião do ano, em que o Comitê de Política Monetária (Copom) decidiu manter a taxa básica de juros (Selic) no patamar de 6,5% ao ano, o BC sinalizou que está confortável com o atual quadro de inflação e deve manter os juros inalterados pelos próximos meses.

Foi o que disseram analistas ouvidos pelo G1 nesta quarta-feira (12).

No comunicado divulgado após a reunião, o Copom indicou um risco maior de que o elevado nível de ociosidade da economia pode levar a inflação ainda mais para baixo.

“O Copom mostrou tranquilidade com o nível de juros atual”, afirmou o economista do banco Santander Luciano Sobral. “A economia segue numa recuperação gradual e, diante desse ritmo, vai levar um tempo para que o crescimento traga alguma pressão inflacionária.”

Julio Cesar Barros, economista da Mongeral Aegon Investimentos, também destaca que os atuais patamares de inflação foram apontados pelo BC como “apropriados ou confortáveis”.

Os últimos números da inflação mostram que ela deve terminar 2018 abaixo do centro da meta de 4,5% do BC – ou seja, os preços devem subir menos que o esperado. Os analistas consultados pelo relatório Focus, do Banco Central, esperam que o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) encerre o ano em 3,71%. Há quatro semanas, previam alta de 4,23%.

Para 2019, as projeções estão em 4,07%, abaixo dos 4,21% observados há quatro semanas.

Reformas e cenário internacional
O BC indicou ainda que existe uma expectativa maior de que as reformas econômicas sejam aprovadas e voltou a destacar que elas são fundamentais para manutenção do baixo patamar da Selic. “Nos últimos comunicados, o BC tem sido claro da necessidade de aprovação”, comenta Roberto Indech, analista-chefe da Rico Investimentos.

“Existe uma cautela em torno da aprovação das reformas, sobre a viabilidade. Isso tem ficado como um elemento importante do conjunto do cenário interno”, acrescenta Barros, que comenta ainda que “o movimento internacional dos mercados é um fator que permanece desafiador”.

No comunicado, o BC também citou a cautela em relação ao cenário internacional. Nos últimos meses, as tensões comerciais entre os Estados Unidos e a China vêm impactando os mercados em diversos países. Analistas explicam que a preocupação é que o impacto dessas incertezas no câmbio possa ter alguma influência sobre a inflação.

Expectativa de manutenção em 2019
Os analistas ouvidos pelo G1 esperam que o BC mantenha a taxa em 6,5% nas próximas reuniões. Indech diz que a Selic deve permanecer inalterada pelo menos durante o primeiro semestre de 2019. Já na projeção do Santander, deve permanecer em 6,5% ao longo de todo o ano.

Indech comenta que, em 2019, o que pode alterar o rumo da Selic é a avaliação do andamento da aprovação das reformas econômicas. “Depois do primeiro semestre, vamos ter um novo tipo de análise, para ver se de fato as reformas estarão sendo discutidas e se serão aprovadas.”

Já Barros, embora não veja “espaço para o retorno de uma alta de juros”, destaca que o BC “não se compromete em nada” no comunicado – ou seja, não indica se irá manter a Selic já na primeira reunião de 2019.

Fonte: G1

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