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BC descarta criar regras para celular

Os brasileiros continuam usando cada vez menos os cheques. No ano passado, houve queda de 11% no uso da tradicional folha de cheque para pagamentos no varejo. Já os cartões, principalmente o de débito, vêm sendo cada vez mais utilizados, indicam as mais novas estatísticas do Banco Central sobre meios de pagamento no Brasil, que serão divulgados nos próximos dias.
José Antonio Marciano, chefe do departamento de meios de pagamento do Banco Central, destaca que o sistema vem se modernizando consideravelmente no país. Mas o principal entrave continua sendo a falta de compartilhamento entre os leitoras de cartões (POS).
No ano passado, o BC soltou uma diretiva sobre o assunto. Agora, está cobrando das empresas do setor, que aparentemente não se mobilizaram. Para Marciano, não faz sentido ter inúmeros POS, que aumentam os custos somente para o estabelecimentos comerciais. “A concorrência não tem que ser entre as máquinas, mas entre os produtos”, diz. “Se alguém me convencer que algum país tem um sistema eficiente de pagamentos sem compartilhamento, eu desisto desta idéia.”
Marciano quer evitar que o mesmo problema ocorra também com o celular. Para ele, é necessário desde já – quando o uso do aparelho como meio de pagamento começa a engatinhar – que se evite a criação de uso de várias infra-estruturas.
Por enquanto, o chefe do BC não vê necessidade de criar uma regulamentação específica para o celular. Mas destaca que com o crescimento do uso do aparelho no lugar de dinheiro ou cartão em outros países está levando os bancos centrais a pensarem no assunto. O Japão está iniciando uma regulamentação agora. União Européia e Estados Unidos já criaram algo parecido.
Para Marciano, o BC brasileiro tem grande em trazer o celular para os meios de pagamento. O principal beneficiário será a população de baixa renda, que na maioria dos casos tem celular, mas não tem conta em banco. “O Brasil tem mais celulares hoje do que contas-corrente”, destaca. São 103 milhões de aparelhos, frente a 85 milhões de contas.
Um dos casos já em operação no país é o da operadora Oi (ex-Telemar), que conta com 150 mil clientes e 12 mil pontos cadastrados. Ontem, no C4, o congresso de cartões de crédito, Leonardo Caetano, que desenvolveu o projeto da Oi foi o alvo da maioria das perguntas e questionamentos da platéia, em sua maioria formada por executivos de bancos. Segundo o executivo, a operadora tem interesse em levar o sistema também para os bancos. Uma fonte do setor, confirmou que os bancos começam em 2008 a colocar na praça os projetos para transformar o celular em meio de pagamento.
Ainda no C4, a Visanet, que credencia estabelecimentos comerciais para a Visa, apresentou um POS para táxis, que pode ser acoplado ao taxímetro, em fase de testes. O POS capta todas as informações da corrida e permite o pagamento com dinheiro ou cartão.

Fonte: Valor

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