BC: alta do juro cria risco de desaceleração mais forte
O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central avaliou nesta terça-feira (10) que o aumento da taxa básica de juros da economia nos últimos meses, com reflexo nas taxas bancárias, “cria um risco de desaceleração mais forte [da economia] que o antecipado nos trimestres à frente, quando seus impactos tendem a ficar mais evidentes”.
Na semana passada, o Copom elevou a taxa Selic para 12,75% ao ano no décimo aumento seguido da taxa básica de juros da economia. Com isso, a Selic atingiu o maior patamar em mais de cinco anos. Em janeiro de 2017, a taxa estava em 13% ao ano.
Até o momento, entretanto, o BC avaliou que o conjunto dos indicadores de atividade econômica divulgado recentemente “indica um crescimento em linha com o que era esperado pelo Comitê”. “O mercado de trabalho segue em recuperação e indicadores relativos ao comércio e à indústria apresentaram melhora na margem [nas últimas semanas]”, acrescentou.
Em março deste ano, o Banco Central estimou que o crescimento da economia seria de 1% em 2022. Já o mercado financeiro estimou, na semana retrasada, que o Produto Interno Bruto (PIB) terá um expansão de 0,70% neste ano. Em 2021, a economia cresceu bem mais: 4,6%.
Com a decisão sobre a taxa básica de juros da semana passada, o Brasil retomou a liderança do ranking mundial de juros reais, segundo levantamento compilado pelo MoneYou e pela Infinity Asset Management. Os juros reais, ou seja, descontada a inflação, atingiram 6,69% ao ano.
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