BB investe em cartão para segurar aposentados e pensionistas do INSS
Maior pagador de benefícios da Previdência Social, o Banco do Brasil oferece a partir de hoje um novo cartão de crédito para aposentados e pensionistas, que permitirá a contratação de operações de empréstimo consignado dentro das novas regras definidas pelo Instituto Nacional do Seguro Social.
O BB, que pretende emitir 350 mil cartões em 2008, se movimenta nesse nicho de mercado com dois objetivos estratégicos. Um deles é estreitar o relacionamento bancário com os cerca de 5,8 milhões de beneficiários do INSS que recebem aposentadorias e pensões no banco. Outra é defender sua base de clientes, que, no caso do crédito consignado tradicional, foi agressivamente assediada por bancos pequenos e médios.
Em dezembro, o INSS mudou as regras para empréstimos consignados a aposentados e pensionistas. Antes, as parcelas dos empréstimos não podiam passar de 30% do benefício. Agora, foram definidos dois limites: 20% para empréstimos consignados tradicionais, pagos em parcelas mensais, e 10% para empréstimos com cartões, pelo sistema de crédito rotativo.
“A nova regulamentação criada pelo INSS vai dar um impulso no mercado de cartões de crédito para aposentados e pensionistas”, afirma o vice-presidente de cartões e novos negócios de varejo do BB, Aldemir Bendine. “Essa mexida no mercado vem ao encontro de nosso interesse em estreitar o relacionamento com os beneficiários do INSS.”
Com o pagamento de 5,8 milhões de aposentados e pensionistas, o BB responde por quase 35% dos benefícios do INSS. Mas, desse público, apenas 2,3 milhões de aposentados e pensionistas têm conta corrente no banco. A maior parte dos benefíciários – 3,5 milhões – apenas saca os proventos nos caixas.
Nos últimos anos, o BB fez várias tentativas para integrar esse público a sua clientela. Um dos lances mais ambiciosos foi adicionar a cada um dos cartões a função débito, permitindo que o aposentado sacasse seus benefícios aos poucos ou gastasse o dinheiro nas maquinetas instaladas no comércio. Não funcionou. Dos 3,5 milhões de beneficiários que não são clientes, só 100 mil usaram a função débito.
Fonte: Valor
