Mercado de SegurosNotícias

Bancos lançam previdência para mais jovens

O aumento de concorrência entre as instituições financeiras está levando os bancos a buscarem aumentar participação em segmentos em que não possuem tanta representatividade. Com o mote do Dia da Criança, comemorado ontem, Bradesco e Santander buscam potencializar esse segmento em seus planos de previdência e também capitalização, no segundo caso, com viés tanto educacional como para iniciar um relacionamento com o cliente desde cedo.
Além disso, dados da Associação Nacional de Bancos de Investimento (Anbid) mostram que o mercado de fundos de previdência ainda está em franca expansão. A captação líquida da modalidade em setembro chegou a R$ 6,1 bilhões, ante R$ 1,5 bilhão no mês anterior, expansão de 306%.
“Essa é uma medida interessante para o banco, que não traz custos nem riscos, e ainda cria um relacionamento de longo prazo, principalmente no caso da previdência”, analisa o diretor presidente do Instituto de Pesquisas Fractal, Celso Grisi. Segundo ele, o potencial de mercado está esgotado em vários segmentos e as instituições precisam buscar garantir participação no futuro. “Assim, começam assim a garantir relacionamento com os clientes desde cedo.”
Para o diretor executivo da Bradesco Vida & Previdência, Lúcio Flávio de Oliveira, as perspectivas nessa linha são otimistas. A instituição espera uma expansão de 25% na aplicação neste ano. Em 2008, o crescimento foi de 37%, em relação ao ano anterior. Para ele, vale tanto o aspecto de familiarização e criação de relacionamento com a marca como o educacional. “É uma forma de acostumar a poupar. Na minha época, usávamos cofrinhos, hoje há instrumentos mais interessantes”, brinca.
“O plano de previdência é uma opção interessante visando a educação, a economia para uma futura universidade.”
Para a presidente da comissão de produtos da Federação Nacional de Capitalização (FenaCap), Rita Batista, títulos de capitalização podem ser mais fáceis de agradar às crianças. “É um produto mais fácil de entender, com um resgate relativamente curto, entre 4 e 5 anos, além dos sorteios, que torna mais divertido para eles”.
Efeitos da crise
Apesar da crise, que já mostra sinais de arrefecimento, os planos de previdência em geral não tiveram um volume acentuado de resgates. Além disso, pesquisa da BrasilPrev mostra que ainda houve um aumento da procura pelos planos. A empresa gerencia cerca de R$ 24 bilhões de quase 1,15 milhão de clientes no País.
“A crise passou longe do nosso segmento [previdência privada]. Conseguimos recordes de arrecadação mesmo no período da crise e não sofremos resgates significativos, apesar do ambiente de incerteza”, afirma o gerente de inteligência da empresa, Sandro Bonfim.
No entanto, ele admite que a crise provocou uma debandada para fundos “mais conservadores”, com maior proporção de títulos de renda fixa. “Mas, desde julho, tivemos um aumento significativo nos fundos compostos [renda fixa e variável].”
A atual taxa básica de juros, em 8,75%, deve provocar um aumento ainda maior no investimento em fundos compostos, inclusive com maior fatia de renda variável – de até 49% do total, ainda de acordo com Bonfim.
“Levamos em conta o projeto de vida do cliente. Se o perfil é conservador, não posso oferecer um plano agressivo.” O fundo Ciclo de Vida 2040, por exemplo, composto por quase 49% de ações, já acumula uma rentabilidade de 33% no ano.
Longo Prazo
De acordo com o levantamento, 54% dos clientes no País optam por planos com tabela regressiva do Imposto de Renda, em que a dedução do imposto começa alta – mais de 30% – e reduz progressivamente com o passar dos anos. O IR é pago somente no momento do resgate, o que pode permitir uma redução na contribuição. “Isso mostra uma cultura de longo prazo que vem se consolidando nos últimos anos”, analisa Bonfim.

Fonte: Seguro em Pauta

Falar agora
Olá 👋
Como podemos ajudá-la(o)?