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Bancos estudam lançamento de produtos populares

A segmentação no mercado de previdência privada tem sido um dos motores de expansão da carteira do setor. Os bancos aprofundaram o processo de criação de produtos específicos para determinado nível de renda e de acordo com o objetivo do cliente. Esse movimento ainda deve evoluir nos próximos anos, mas há sinais claros de que as instituições já entenderam que é preciso trabalhar focado em diferenciais e segundo o perfil do contribuinte. O que está por vir comprova esse amadurecimento. Há bancos analisando a idéia de criar planos populares, não só com mensalidades de baixíssimo valor, mas que poderão futuramente ser acessados por meio de celulares e caixas eletrônicos. Ainda há planos recém-desenvolvidos que garantem benefícios inéditos no mercado.
Seguindo essa linha, o Santander lançou há três meses um produto chamado Prev 13 Rendas. O plano é constituído 100% de renda fixa, e paga 13 parcelas ao ano, a partir da aposentadoria, em vez das tradicionais 12 parcelas pagas anualmente. A renda extra é paga pela instituição, sem custo adicional para o cliente. “Como os recursos são investidos em fundo de renda fixa, isso dá uma segurança ao cliente quanto à acumulação dos recursos. Durante o período de acumulação não há a incidência semestral de impostos, conhecida como come-cotas, como ocorre em um fundo de investimento tradicional”, afirma Marlene Rainer, superintendente de previdência privada do Santander Banespa. O banco também lançou no mercado o Prev Bônus, um produto que garante um bônus de até 10% sobre o valor principal investido, além da rentabilidade normal do plano. O produto não está mais vigente, no entanto.
Segundo o Santander, foram os planos inovadores e o crescimento dos produtos VGBL e multimercados que alavancaram os resultados dessa carteira dentro da instituição em 2007. O volume de captação líquida dos planos na companhia cresceu 28% no ano passado, atingindo R$ 621 milhões.
Já o HSBC tem planejado novos produtos que possam atrair clientes de diferentes camadas de renda. Segundo Fernando Moreira, CEO do HSBC Seguros, a empresa pensa em criar planos como o previdência popular e a microprevidência. Enquanto o primeiro seria mais voltado para as classes B e C, o segundo teria como principal enfoque as classes D e E. Em ambos, a idéia central é trabalhar não apenas com parcelas mensais baixas, como facilitar o acesso ao próprio produto. “O que queremos é que o cliente possa fazer contribuições pela internet, em caixas eletrônicos e pelo celular se assim o quiser. A idéia é democratizar tudo ao máximo.”
Além disso, o banco analisa a possibilidade de criar planos de previdência para educação e para a saúde, de maneira que os produtos possam garantir proteção extra às famílias nessas duas áreas. Moreira, no entanto, não dá detalhes sobre como serão esses produtos. “Ainda estamos avaliando isso”. Segundo Moreira, o cenário ideal seria ampliar o portfólio de produtos com perfil mais agressivo. Para isso, seria preciso alterar o limite de aplicação de recursos dos planos em renda variável.
Atualmente, só é permitido o direcionamento de 49% do total de recursos para o investimento em ações. O aumento desse índice poderia dar um gás maior ao segmento, acreditam os especialistas. Há cerca de dois anos mais de 80% dos novos recursos captados pelo sistema da previdência complementar eram destinados à renda fixa. Atualmente, cerca de 40% é aportado nos fundos de renda variável. Essa mudança é fruto, em parte, das ações dos bancos.
Nos últimos dois anos, uma leva de instituições veio ao mercado lançar o seu produto batizado de “ciclo de vida”. Nele, é possível mesclar as aplicações em renda fixa e em ações, conforme a etapa de vida do beneficiário. No caso do cliente mais jovem, os investimentos têm perfil mais agressivo nos primeiros anos. A partir de um certo período, na medida em que se aproxima a data prevista para resgate, eles migram para aplicações mais conservadoras. Além da criação de novos produtos, os bancos passaram a investir em novas ferramentas de análise de perfil do cliente. Dessa forma, fica mais fácil indicar o plano ideal. A Icatu Hartford criou o Target ( http://www.icatuhartford.com.br/target/ ), um simulador desenvolvido para ajudar o cliente a fazer um planejamento financeiro para a aposentadoria e, com isso, verificar quanto é preciso economizar para atingir um determinado nível de renda na velhice. Tudo para tornar o presente mais fácil e o futuro, menos incerto.

Fonte: Valor

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