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Bancos cortam projeção da Selic para 8,5% ao ano em 2012

SÃO PAULO – Com inflação menor do que o esperado e recuperação mais lenta da atividade econômica, os bancos agora estimam que a taxa básica de juros (Selic) encerre o ano abaixo do patamar mínimo histórico de 8,75%. Divulgada nesta quarta-feira, a pesquisa da Federação Brasileira dos Bancos (Febraban) junto a 31 instituições mostra que a mediana de apostas para a Selic no fim de 2012 caiu de 9% em março para 8,5% em abril.
Segundo o economista-chefe da Febraban, Rubens Sardenberg, os bancos trabalham com mais duas reduções de 0,25 ponto percentual nos juros básicos. “Essa revisão tem muito a ver com o desempenho da economia daqui para frente. Se a recuperação for mais lenta, provavelmente teremos um Banco Central mais agressivo”, disse Sardenberg.
Em sua avaliação, o Copom deixou em aberto na última ata quais seriam os próximos passos da política monetária, que deve ser ajustada conforme os próximos sinais da atividade. “Percebemos que o BC vem reagindo ao cenário macroeconômico. Cortes adicionais são possíveis desde que a economia mostre um ritmo de recuperação fraco.”
Segundo o economista, as entidades reduziram ligeiramente, de 3,3% para 3,2%, suas estimativas para o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) em 2012 porque os indicadores de atividade mostram retomada mais vagarosa do que o previsto. Para 2013, a mediana de previsões dos bancos para o PIB foi mantida em 4,2%.
Como o ritmo mais forte da atividade previsto para o próximo ano deve provocar pressões inflacionárias, os analistas consultados pela Febraban acreditam que o BC será obrigado a inverter a mão da política monetária em 2013, ajustando a Selic para 10% ao ano. Na edição anterior da pesquisa, essa projeção era de 9,75%. “É possível que a economia cresça até além desses 4,2% em 2013”, afirmou Sardenberg.
Para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), os bancos diminuíram ligeiramente suas projeções para 2012, de 5,3% para 5,1%, o que, para Sardenberg, é reflexo de números correntes melhores do que o antecipado inicialmente pelo mercado. Para 2013, as estimativas foram mantidas em 5,5%.
Com a recente escalada do dólar em relação ao real, as entidades consultadas aumentaram suas apostas para a taxa de câmbio no fim de 2012, de R$ 1,76 para R$ 1,80, número que, para Sardenberg, indica um piso, e não uma taxa efetiva. “Há a sinalização de que o mercado trabalha com o câmbio mais depreciado. Isso tem a ver com a própria sinalização do governo e também com a expectativa de que o fluxo externo vai continuar crescendo, mas em ritmo um pouco menor”.

Fonte: Valor

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