Avanço esbarra em pré-pago
A expansão dos serviços de internet e o uso de aplicativos em celulares encontra obstáculos para se adaptar ao volumoso mercado de telefones pré-pagos do Brasil.
Com cerca de 160 milhões de aparelhos no país, os pré-pagos representam aproximadamente 80% do mercado brasileiro -nos EUA a penetração deles é só de 20%.
“O massivo uso de dados por pré-pagos é uma preocupação na área”, diz Maurício Falck, da Amdocs, multinacional de tecnologia do setor.
O modelo de cobrança e a comunicação com o usuário são alguns aspectos que precisam ser aprimorados, segundo Erasmo Rojas, da 4G Americas (associação que reúne o setor).
Outra dificuldade é a renda, segundo Eduardo Tude, da consultoria Teleco.
“O gasto mensal desse cliente é baixo, assim como seu poder aquisitivo para comprar o aparelho smartphone. As operadoras vão privilegiar primeiro o pós, enquanto ampliam a capacidade das redes “, diz Tude.
O ideal seria que o mercado se revertesse em majoritariamente pós-pago, para facilitar a cobrança. Mas a inversão levaria muitos anos, segundo Rojas. Sistemas híbridos de cobrança, que aliam pagamentos anteriores e posteriores ao uso, são uma opção, segundo Falck.
Mais de 70% das empresas do setor dizem que querem incluir novos serviços de pacote de dados e conteúdo segundo pesquisa da Amdocs.
O modelo híbrido deve ser oferecido por 63% delas.
A pesquisa aponta que os sistemas de cobrança e infraestrutura atuais estão defasados. Quase 50% das empresas dizem ser necessárias mudanças em plataformas.
Fonte: Folha de São Paulo