Automóvel promete render mais
Dados surpreendem e a previsão é de resultados `bastante favoráveis` em 2006
A margem de contribuição no segmento de automóveis do mercado segurador chegou a 21,3% dos prêmios ganhos, de janeiro a abril deste ano, contra 12,2% no mesmo período de 2005 e apenas 6,9% em 2004, conforme dados apresentados pela Superintendência de Seguros e Previdência (Susep). Para Luiz Roberto Castiglione, especialista em seguros, os dados da modalidade automóvel continuam surpreendendo e a previsão é de que o mercado veja resultados `bastante favoráveis` em 2006.
A taxa de sinistralidade retida declinou de 73,9% dos prêmios ganhos em 2004 para 69,2% em 2005 e agora está em 59,8%, o que também aponta para bons resultados no setor. Na avaliação de Castiglione, a grande responsável pela melhoria foi à carteira de auto-cascos, onde a margem de contribuição atingiu 21,9% dos prêmios ganhos contra 9,8% de 2005 e 3,8% em 2004. Nesse segmento, a taxa de sinistralidade declinou de 76,8% em 2004 para 71,4% em 2005 e agora está em 59,0% dos prêmios ganhos.
Castiglione destaca que os sinistros retidos (despesas com reparos, reposição de peças, mão-de-obra, reposição de bens e etc) somaram R$ 1,9 bilhão contra R$ 2,0 bilhões do ano passado, representando redução nominal de 4,4%. Já os prêmios emitidos atingiram a cifra de R$ 3,5 bilhões contra R$ 2,9 bilhões de 2005, um crescimento nominal de 17,5%.
O Auto-RCF obteve margem de contribuição de 15,5% dos prêmios ganhos. Para Castiglione, o momento ainda é desfavorável nesse ramo que registrou declínio de 3 pontos percentuais na margem de contribuição em relação ao ano passado.
A sinistralidade retida do setor, entretanto, registrou alta em relação ao ano passado, saindo de 63,4% para 66,6% nos primeiros quatro meses do ano. Se comparado ao resultado de dois anos antes, no entanto, vê-se que houve apenas uma recuperação dessa taxa, que já havia atingido os 66,8%, em 2004.
As despesas com comercialização passaram de 18,6% dos prêmios ganhos em 2005 para 18,9% em 2006. Castiglione observa que esse aumento está localizado no Auto-casco, onde a corretagem passou de 18,8% dos prêmios ganhos de 2005 para 19,1% em 2006. No caso do Auto-RCF ela se manteve em 18,0% dos prêmios ganhos.[1]
`Pelo que parece, as freqüências de perda parcial e perda total estão em declínio, fazendo com que os danos médios acompanhem essa tendência. Evidentemente os custos são corrigidos anualmente, pelo menos. Portanto, a única explicação ficaria por conta do comportamento das freqüências`, avalia. Castiglione, não há dúvida de que, caso essa tendência seja mantida, `as empresas terão resultados mais favoráveis do que os registrados em 2005`.
Fonte: Monitor Mercantil