Áurea projeta forte crescimento até 2010
A Áurea Seguro de Crédito e Garantias visualiza um “céu de brigadeiro” para o seguro garantia e de crédito interno nos próximos anos. Segundo cálculos da seguradora, o seguro de garantia chegará a US$ 230 milhões até 2010 e o seguro de crédito interno ficará próximo a US$ 200 milhões. Isso significa que um vai mais do que dobrar de tamanho e o outro quadruplicar.
“Não tenho dúvidas de que esses produtos terão os maiores índice de crescimento no futuro, pois outros produtos, como o seguro de carro, por exemplo, tem um mercado saturado”, disse Edvaldo Cerqueira, presidente da Áurea. De janeiro a julho deste ano, garantia movimentou R$ 107 milhões e crédito interno, R$ 49,1 milhões.
O seguro de garantia só terá esse sucesso se o atual presidente, Luiz Inácio Lula da Silva, se mantiver no comando do País após as eleições em outubro. Segundo Cerqueira, a primeira PPP saiu e outras estão no forno para o próximo ano.
Se for um novo governo, pode haver mudança de prioridades, explicou o presidente da Áurea, que tem como sócios nomes de peso como …, Delphos, Creek Investments e o Consorcio Internacional de Aseguradores de Credito (Ciac).
O Ciac, por sua vez, é composto por Santander, BBVA, Munich Re e Cesce, a segunda maior do setor na Espanha, que no Brasil está presente também através da Secreb, em crédito à exportação.
Tal prerrogativa eleitoral se faz necessária quando o assunto é investimento em infra-estrutura, o principal nicho de negócios das seguradoras que operam com seguro garantia, apólice que visa o fiel cumprimento de contratos assinados entre empresas.
A Áurea é a segunda maior, com crescimento de 62% nas vendas no acumulado de janeiro a julho deste ano, para R$ 25,2 milhões em prêmios. Subiu da terceira para a segunda posição no seleto ranking, com as três maiores com 70% das vendas.
Além das PPP, outros nichos podem trazer crescimento ao setor de garantia, relatou Carlos Frederico, diretor técnico da Áurea. “Desde a crise com a Bolívia, muitas empresas, além da Petrobras, tiraram da gaveta investimentos voltados para o fornecimento de gás”, disse. Os investimentos no setor de energia também continuam no foco das seguradoras de garantia, bem como as concessões rodoviárias. “Temos duas prometidas para 2007”, lembrou Cerqueira, citando a Fernão Dias e a Régis Bittencourt.
Saindo da esfera pública, que até julho deste ano respondeu por prêmios de R$ 47 milhões e as concessões com R$ 21 milhões, outros nichos vem ganhando destaque. As obrigações privadas já respondem com prêmios de R$ 29 milhões e o seguro de garantia financeira chegou a R$ 5,5 milhões até julho. “O seguro de garantia judicial também vem ocupando espaço”, citou Fred, com R$ 3,8 milhões até julho.
Além do garantia, a Áurea disputa o nicho de seguro de crédito interno desde 2004. Dos R$ 49,4 milhões em vendas até julho, a Áurea participou com R$ 2,7 milhões. “É um segmento que vem ganhando destaque e temos investido bastante”, informou Cerqueira.
Os principais concorrentes do seguro de crédito interno são as factoring e os produtos bancários, como desconto de duplicata, além do autoseguro. A expectativa é que as novas regras de solvência dos bancos, conhecidas como Basiléia 2, irão trazer muitos clientes para as seguradoras, uma vez que os bancos terão limites de risco para emprestar.
Dentro deste cenário, a Áurea acredita crescer acima do mercado em razão da sinergia entre as sete seguradoras da sócia Cesce na América Latina. Elas estão presentes na Argentina, Peru, Colômbia, Venezuela e mais recentemente também no México, atuando tanto com seguro de crédito interno, crédito à exportação e também com o seguro garantia. “Na próxima semana estamos embarcando para a Argentina para discutir a sinergia entre as empresas do grupo”, disse Cerqueira.[1]
Para este ano, a evolução prevista pelo executivo para a seguradora é de 50% nas vendas, incluindo garantia e crédito. Até julho, o crescimento acumulado chegou a 62% em garantia, com market share de 23,5%, e de 65% em crédito interno, com participação de 5% nas vendas.
Fonte: Gazeta Mercantil