Aumento da procura por VGBL sinaliza mudanças de cultura
A liderança absoluta do VGBL no ranking de captação, com 68,51% do total, seguido pelo PGBL, com 17,16% do total, revela a abrangência dos produtos de previdência entre os brasileiros de todas as faixas sociais. “O VGBL atende o público de A a Z, da classe baixa à alta. É uma alternativa real de investimento tanto para a pessoa que faz sua declaração simplificada e investe R$ 20,00 por mês quanto para a pessoa de alto poder aquisitivo como opção, por exemplo, para o planejamento sucessório, pois não entra no inventário”, explica Antonio Cássio dos Santos, presidente da Fenaprevi e do grupo Mapfre.
De acordo com Cássio dos Santos, o grande charme do VGBL é a sua flexibilidade como instrumento de poupança de longo prazo não apenas para aposentadoria, como para viabilizar estudos, viagens etc. Segundo Juvêncio Braga, diretor da Caixa Vida e Previdência, de cada R$ 100,00 captados pela sua instituição, 20% vão para o PGBL, 10% para os planos tradicionais e 70% são aportados no VGBL. “Este produto tem sido procurado por uma parcela cada vez maior de pessoas, desde pais que querem garantir o futuro dos filhos até em casos de planejamento de sucessão, pois é um meio mais rápido e prático de transferir renda a herdeiros já que ao não entrar no inventário não tem imposto de sucessão”, afirma.
O aumento da procura pelo plano VGBL sinaliza que o brasileiro está mudando sua cultura de investimento para uma de longo prazo. Quem diz isso é Edson Franco, presidente da Real Tokio Marine Vida e Previdência, uma joint venture de dois dos maiores conglomerados financeiros, o grupo ABN Amro e a Tokio Marine Nichido. Segundo Franco, o Brasil vive o momento em que a estabilidade econômica atravessa uma geração, o que garante uma segurança cada vez maior ao investidor que quer planejar seu futuro sobre bases mais sólidas. “Um produto como o VGBL torna-se fundamental para quem, por exemplo, pretende colher dinheiro que tem vocação de investimento de longo prazo com incentivos fiscais, já que é possível optar pela alíquota decrescente”, diz Franco.
Na avaliação de Renato Russo, vice-presidente de vida e previdência da SulAmérica e diretor da Federação Nacional da Previdência Privada e Vida (Fenaprevi), houve dois movimentos que levaram muitos aplicadores ao VGBL. Inicialmente, ocorreu uma forte realocação de recursos oriundos da caderneta de poupança ou de fundos de investimento. E, mais recentemente, muitos aplicadores de alta renda começaram a procurar o produto como meio de planejamento sucessório. Isso porque, no VGBL, em caso de morte do aplicador, os recursos serão sacados pelos beneficiários sem ter de passar pelo inventário, o que facilita o processo de transferência. “Por isso, o VGBL passou a chamar atenção de escritórios de advocacia e private bankers na gestão de fortunas”, afirma Russo.
Além disso, a previdência privada continua sendo um importante instrumento realizador de sonhos de longo prazo. A afirmação é de Cássio Santos. “Quando criança, é possível pensar no pagamento da faculdade; aos 18 anos, pensa-se em comprar um carro; aos 30, em casar e comprar uma casa”, explica ele. “Portanto, em cada momento da vida é possível ter sonhos de mais longo prazo.”
O aumento da procura por planos para empresas é outro dado que reforça a tendência em favor do VGBL. Na Bradesco Vida e Previdência, por exemplo, que possui o VGBL Empresarial, houve um aumento de 40% nas cotações dos planos empresariais e um crescimento de 31% nas adesões neste ano.
Para atender esse mercado, a Real Tokio Marine lança em setembro o Real Simples Prev Empresas, para pequenas e médias empresas. “Cada plano será desenhado de forma customizada”, explica Edson Franco.
Fonte: Valor