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Aumenta demanda por avaliadores de ativos

A crise financeira está criando um boom para os analistas independentes, que estão sendo contratados por bancos e investidores que lutam para definir os valores de alguns dos trilhões de dólares em ativos tóxicos que continuam atormentando o sistema financeiro mundial.
Uma das prioridades do governo dos Estados Unidos agora é cuidar desses ativos, lastreados em hipotecas e outros empréstimos ao consumidor. A criação de um tipo de “banco ruim”, que compraria esses ativos, é um dos possíveis planos em estudo.
Os especialistas em avaliação, que poderão ter um papel importante nesses planos, vão das grandes firmas de contabilidade a pequenas empresas de ex-banqueiros de investimento.
“Há muitas, muitas pessoas procurando algum tipo de ponto de vista independente sobre o valor dos ativos tóxicos que possuem”, afirma Arturo Cifuentes, um especialista em finanças estruturadas de Nova York. “Os investidores confiavam nos bancos e nas agências de avaliação de crédito. Mas essas duas fontes perderam credibilidade.”
Analistas da Barclays Capital estimam que, com base nos volumes de ativos problemáticos identificados nos planos recentes de ajuda do governo ao Citigroup e Bank of America, o valor dos ativos tóxicos que precisam de algum plano está entre US$ 1,9 trilhão e US$ 2,8 trilhões.
Especialistas em avaliações estão sendo pagos pelos conselhos de administração dos bancos, por investidores como grandes fundos de pensão e por pequenos fundos de doações de universidades e seguradoras, para que façam uma estimativa dos valores desses ativos.
Barry Silbert, presidente-executivo da SecondMarket, que se concentra em títulos sem liquidez e em breve vai ampliar seu mercado para os ativos tóxicos, diz que há cerca de 15 firmas estabelecidas que oferecem serviços de avaliação de títulos garantidos por hipotecas e obrigações de dívida garantidas (CDOs). Além disso, há outras “várias dúzias” de grupos independentes estabelecidos por ex-banqueiros de investimento especializados em pordutos estruturados e ex-funcionários das agências de classificação de crédito.
Até mesmo os especialistas em avaliações mais experientes admitem que não podem afirmar o valor exato desses ativos. Esse problema continua porque o valor definitivo desses ativos vai depender de coisas como até onde vão os preços das residências.
“Quando o valor dos ativos envolvidos, como as casas, estava aumentando, isso não era um problema porque você sabia que sempre teria o principal de volta. A dificuldade agora está em prever o quanto, por exemplo, os preços das casas vão cair. Ninguém sabe a resposta exata”, afirma Robert Keiser, diretor sênior da divisão de mercados, crédito e estratégias de risco da agência Standard & Poors (S&P).
O valor dos títulos estruturados também depende muito da classificação exata dos investidores. Os títulos foram fatiados, embaralhados e vendidos para investidores que procuravam graus diferentes de risco. Frequentemente, apenas os títulos mais graduados serão pagos, o que significa forte desvalorização para o pacote.

Fonte: Valor

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