Ato com grupos pró e contra Dilma deixa manifestantes em alerta para confronto
Sindicalistas, sem-terra, professores e grupos hostis ao governo fazem nesta sexta-feira na Avenida Paulista a primeira manifestação da nova jornada de protestos que deverá marcar nas ruas posições que a favor ou contra podem ser decisivas para o destino do segundo mandato da presidente Dilma Rousseff. Coração financeiro do País e uma espécie de tambor, a Paulista abrigará, ao longo do dia, grupos radicais antagônicos, o que eleva os riscos de um conflito graças, em boa parte, ao estilo de segurança adotado pela Polícia Militar.
O sai um e entra outro, pactuado pela PM em nome do livre direito de manifestação, é um salto no escuro, conforme alerta um sucinto ofício enviado ao secretário de Segurança Pública, Alexandre de Moraes, pela Central Única dos Trabalhadores (CUT), líder dos grupos que pedirão a preservação da Petrobras, dos direitos dos trabalhadores e das regras democráticas e reforma política. Não citam Dilma, mas está implícito o ato em defesa de seu mandato pela manutenção das regras eleitorais.
Temos informações de que grupos conservadores decidiram confrontar nossas posições, chamando um ato para o mesmo dia, horário e local. Em função disso, solicitamos total segurança aos participantes da classe trabalhadora. Entendemos que estamos exercendo nosso direito de manifestação pacífica e democrática, diz o ofício, subscrito por 11 entidades que organizam o ato, lideradas pela CUT, União Nacional dos Estudantes (UNE) e Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST).
Responsável pela negociação com as entidades, o coronel Reynaldo Zychan, chefe do Comando de Policiamento da Capital, sustenta que a PM está preparada tanto para evitar os confrontos quanto para garantir o direito de ir e vir de quem não participará dos protestos.
Quem quer violência fique em casa, alertou o militar. A PM isolará os dois grupos e espalhará policiais à paisana pelas cercanias da Paulista para identificar infiltração de vândalos ou provocadores. Um dos planos é fazer com que, a partir do encerramento das manifestações pró-governo, os participantes fiquem restritos aos quadrados de seus respectivos atos. O problema é que entre as 15h e as 16h os dois grupos estarão bem próximos, dividindo espaços comuns entre o prédio da Petrobras, no número 901, e o vão do Masp, na altura do 1.500.
Fonte: http://ultimosegundo.ig.com.br