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Até 2019, 85% dos negócios devem usar IoT

A indústria de todo o mundo vem apostando fortemente no crescimento da internet das coisas (IoT, na sigla em inglês). Esse otimismo é refletido numa pesquisa feita em 20 países, inclusive no Brasil, indicando que 85% dos negócios pretendem adotar esse tipo de tecnologia até 2019.

O estudo foi conduzido pela Aruba, empresa da Hewlett Packard Enterprise. De acordo com os resultados, a rápida adoção de IoT em larga escala será determinada pela necessidade de inovação e eficiência nos negócios.

No mercado brasileiro, 28% dos entrevistados responderam que planejam adotar IoT nos próximos 24 meses. Outros 63% disseram que já usam a tecnologia em seus negócios.

Por enquanto, uma mostra desse mundo conectado está nos dispositivos de comunicação máquina a máquina (M2M).

Em janeiro, haviam 12,8 milhões de terminais de dados M2M ativados no Brasil. Desse total, mais de 1,6 milhão são dispositivos M2M Especial, 41% a mais do que há um ano, segundo informações da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel). Os demais 7,2 milhões restantes são M2M padrão, uma queda de 2,45% em bases anuais.

O M2M Especial são os terminais desonerados pela lei e usados nas redes móveis. Esses sistemas usam as redes de telecomunicações para transmitir dados com o objetivo de monitorar, medir e controlar o que estiver conectado a eles remotamente, sem intervenção humana. Os M2M Padrão não se encaixam nessas características.

Comparado com os 243,4 milhões de linhas móveis em operação no Brasil em janeiro, M2M ainda é uma pequena porção desse mercado. Mas o celular para uso pessoal, com 117,65 linhas por 100 habitantes, está em desaceleração. O M2M, ao contrário, é um segmento em formação, com um imenso potencial a ser explorado.

A internet das coisas é uma evolução da tecnologia M2M. No mundo de IoT se desenham casas e objetos conectados, carros autônomos se comunicando, cidades inteligentes com sistemas e serviços públicos conectados e funcionando automaticamente, comunicando-se pela web. Alguns cálculos preveem que cada pessoa terá, em média, cinco objetos conectados.

Segundo a empresa de pesquisas Gartner, 8,4 bilhões de dispositivos devem estar conectados em todo o mundo em 2017. Em 2020, serão 20,4 bilhões.

Sob o tema “A internet das coisas: hoje e amanhã”, o estudo da Aruba entrevistou 3,1 mil tomadores de decisões das áreas de tecnologia da informação (TI), e negócios.

No Brasil, houve a participação de 150 profissionais de diversos segmentos da economia, inclusive governo e educação pública e privada. O conhecimento do conceito de internet das coisas foi verificado em 70% dos entrevistados.

Quando indagados sobre as áreas que mais se beneficiariam com a adoção da internet das coisas em suas empresas, os brasileiros responderam TI (85%), operações de TI (62%) e segurança (60%).

A expectativa dos entrevistados locais quanto aos benefícios da IoT nos próximos cinco anos foi direcionada a uma economia com os gastos em toda a organização (75%), crescimento organizacional (55%) e deixar a empresa preparada para expandir para outros mercados e liderar o setor (51%).

No resultado global, 83% dos entrevistados do setor industrial informaram crescimento na eficiência dos negócios e 80% disseram que houve aumento da visibilidade em toda a organização.

Na área de saúde, entre as empresas que já adotaram IoT (60% delas), 73% disseram que houve corte de custos.

Já no setor de varejo houve adoção da tecnologia em apenas 49% das empresas. Entre os varejistas com IoT, 81% afirmaram ter aprimorado a experiência do consumidor.

O setor mais atrasado na adoção de internet das coisas é o governo, com apenas 42% dos municípios utilizando dispositivos e sensores. Um terço dos tomadores de decisões da área de TI reclamam que os executivos que trabalham para o governo têm pouco conhecimento sobre o que é IoT – o dobro da média geral. O desconhecimento é considerado a maior barreira para a expansão da tecnologia no serviço público.

Quanto à segurança no uso de IoT, o estudo indicou que 84% das empresas enfrentaram falhas relacionadas à tecnologia. Mais da metade dos executivos atribuíram aos ataques externos a principal barreira à adoção de IoT. O temor é uma dica aos desenvolvedores de sistemas para que deem mais segurança e ganhem a confiança das empresas.

Terminou no início do mês, uma consulta pública que abriu discussões para a criação de um Plano Nacional de Internet das Coisas. O projeto recebeu cerca de 2 mil sugestões. O plano nacional deverá prever ações para desenvolver tecnologias para o segmento até 2022.

A consulta pública foi lançada em 12 de dezembro do ano passado. O objetivo do Ministério de Ciência, Tecnologia, Inovação e Comunicações era lançar o plano nacional em fevereiro, mas acabou adiando para setembro. Para o ministro Gilberto Kassab, a internet das coisas tem o potencial de movimentar R$ 200 bilhões na economia brasileira em até 2025.

O ministério instituiu a Câmara de Gestão e Acompanhamento do Desenvolvimento de Sistemas de Comunicação Máquina a Máquina e Internet das Coisas (Câmara IoT) em 2014. O objetivo é subsidiar a formulação de políticas públicas, promover e acompanhar o desenvolvimentos de sistemas M2M e de IoT. Trata-se de um fórum multissetorial com representantes do governo, da iniciativa privada, de academias e centros de pesquisa.

O ministério e o BNDES firmaram um convênio para apoiar um estudo de internet das coisas, por meio do Fundo de Estruturação de Projetos.

 

Fonte: Valor

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