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Assurant mira classe C e D e quer dobrar de tamanho

Com seguros a partir de R$ 1,00, a seguradora Assurant Solutions quer conquistar as classes C e D no Brasil. O grupo americano, que faturou US$ 8 bilhões em 2008, elegeu o país como prioridade mundial e promete investir pesado para ganhar espaço no mercado local de seguros, o maior da América Latina. A meta é dobrar de tamanho no Brasil a cada dois anos.
“Queremos explorar nichos de mercado. Nosso objetivo é oferecer seguros para uma classe de pessoas que não interessa a outras seguradoras ou está mal servido por elas”, disse ao Valor Craig Lemasters, CEO mundial da Assurant Solutions, que passou por São Paulo anteontem.
Como parte da estratégia de crescer no Brasil, a Assurant, que chegou ao país em 2002, resolveu fazer uma transformação radical nas operações brasileiras em 2008. A principal foi a mudança no comando da seguradora, com a contratação de Ricardo Fiúza, que veio do Citigroup. Outros executivos também foram contratados, como Marcelo Teixeira, que estava na corretora Marsh, além de outros nomes vindos do Citi e da General Eletric.
A estratégia da Assurant é vender seguros por meio de parcerias com o setor de varejo, concessionárias de energia elétrica, bancos e financeiras. Já foram fechadas 60 acordos. Mesmo em tempos de crise, novas parcerias apareceram. Foram 15 novos acordos nos últimos 120 dias, conta Ricardo Fiúza. Entre os clientes, estão redes varejistas regionais como Mufatto (uma das maiores do Paraná); Credimóveis Novolar (Nordeste); Eletroshopping (também do Nordeste); e concessionárias de veículos como a Barigui (do Paraná, uma das maiores do país).
Os seguros são oferecidos aos clientes dessas redes, em mais de 1,5 mil pontos de venda. As apólices incluem cobertura de perda e roubo do cartão de crédito, acidentes pessoais, proteção financeira (cobre inadimplência em financiamentos e empréstimos) e garantia estendida (oferece garantia adicional à fornecida pelo fabricante de móveis, carros e eletroeletrônicos).
Os preços médios ficam na casa dos R$ 3,00, mas há seguros que custam pouco acima de R$ 1,00 e outros mais caros, no caso de garantia extra para compra de automóveis. Por mês, são mais de 1 milhão de apólices vendidas. Para explorar o nicho de veículos, a Assurant comprou no ano passado a Rolim Consult, especializada em consultoria e treinamento para o setor automobilístico e que trabalha com as maiores montadoras.
Animada com o andamento dos negócios nos últimos meses, a meta da Assurant para 2009 é crescer no mínimo 30%. Muito mais que o previsto para o mercado local. Gustavo Melo, professor da Fundação Escola Nacional de Seguros (Funenseg) e sócio da corretora Correcta, prevê que o setor deve crescer na casa dos 8%.
Em 2008, a Assurant teve expansão de 27%, com prêmios totais de R$ 178 milhões. O CEO da seguradora não revela números de investimento, mas fala que a matriz nos Estados Unidos está disposta a financiar a expansão dos negócios por aqui sempre que necessário.
Nos EUA, por ser “muito conservadora” nos investimentos, a Assurant escapou da crise financeira mundial, que quebrou a maior seguradora do mundo, a AIG, e provocou prejuízos enormes em outras tantas. “Nos saímos melhor que as outras”, diz Lemasters, que trabalha no grupo há 23 anos e diz já ter visto muitos altos e baixos no mercado.
A Assurant Inc, listada na Bolsa de Valores Nova York (NYSE) em 2004, é a controladora da Solutions, única seguradora do grupo com presença internacional. As outras três companhias – uma para a área de saúde, outra para a área de benefícios e outra para o segmento de propriedade – têm atuação restrita ao mercado americano. A Solutions teve prêmios de US$ 2,8 bilhões em 2008.
A seguradora opera em mercados como Canadá, Reino Unido, México, Porto Rico e Argentina. O Brasil é a quarto maior operação mundial para o grupo. Fora os EUA, os canadenses são os primeiros. Lá fora, a empresa tem clientes como a rede americana BestBuy.

Fonte: Valor

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