Aposta da Crédito y Caución no País
O crescimento econômico direcionou o foco de grandes seguradoras internacionais especializadas em seguro de crédito para o Brasil, atraindo o interesse, com a instalação de sucursais, de grupos como o francês Coface, o alemão Euler e o espanhol Crédito y Caución, que, juntos, concentram algo em torno de 90% da receita mundial produzida no ramo. O potencial do País é enorme, até porque ainda não há aqui uma cultura de contratação do seguro de crédito, comentou o presidente da seguradora Crédito y Caución no Brasil, Jesús Victorio Cano.
Ele aposta no segmento das pequenas e médias empresas como o nicho que melhor pode ser explorado. O produto oferecido pela seguradora Crédito y Caución, por exemplo, pode ser contratado por empresas que tenham faturamento anual a partir de R$ 500 mil (operações no Brasil) e US$ 800 mil (exportação).
Ao reiterar sua crença em futuro promissor para a carteira de crédito, que gera anualmente cerca de R$ 250 milhões no risco comercial doméstico e de R$ 30 milhões no risco comercial externo, Jesús Cano considera ainda pequenos os valores do mercado brasileiro, comparados ao que é movimentado em outros países, como a Espanha, onde chega a 477 milhões de euros. Há muitos motivos para se estar otimista quanto às perspectivas nessa carteira, assinalou.
O seguro de crédito tem por objetivo ressarcir o segurado (credor) nas operações de crédito das perdas líquidas causadas por devedor insolvente. O seguro é contratado por empresas que realizam operações de crédito em suas vendas, tanto para pessoa física como para empresas, ou intermediários de operações de crédito, consórcios e empresas de factoring.
RISCO COMERCIAL. No Brasil, o principal foco das seguradoras, atualmente, está na cobertura de riscos comerciais (interno e externo), modalidade que visa a cobrir as vendas a crédito realizadas de empresa para empresa. Nos quatro primeiros meses do ano, o mercado faturou nessa modalidade R$ 113,3 milhões, 19,6% a mais do que em igual período de 2007, segundo dados da Superintendência de Seguros Privados (Susep). Nosso grupo, por exemplo, atua com duas seguradoras no Brasil, uma para operações realizadas no mercado interno e a outra para o setor de exportação, cobrindo os negócios de empresas brasileiras no exterior, explicou Jesús Cano, que fez palestra sobre o assunto nesta quarta-feira, na Escola Nacional de Seguros (Funenseg), no Rio de Janeiro.
Segundo ele, entre as vantagens oferecidas por esse tipo de seguro está a de servir como garantia no momento em que a empresa segurada solicita um financiamento em bancos. Com o seguro de crédito, é possível a empresa obter empréstimos a taxas mais baixas, assinalou. Além disso, é uma ferramenta de proteção contra a inadimplência, inclusive nos contratos de exportação. Estamos presentes em todo o mundo e mitigamos e definimos um limite para o risco com informações precisas sobre compradores de todos os continentes. A seguradora pode indicar para o segurado quem é bom ou mau pagador, destacou Jesús Cano.
Fonte: Jornal do Commercio
