Aposentadoria: Planeje enquanto é jovem
A pedagoga e estudante de psicologia Ana Maria Porto, 25 anos, o estudante Samuel Silveira Pordeus, 9 anos, e o bebê Igor Couto Cunha, de apenas cinco meses de vida, já têm uma perspectiva de valor e idade para começar a receber a aposentadoria. Não pelo Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), mas pelo sistema de previdência privada. Os três estão ligados pela preocupação com o futuro e fazem parte de um mercado que movimenta mensalmente milhões e já tem uma reserva técnica de praticamente R$ 80 bilhões. A previdência complementar para jovens já corresponde a 5% do sistema e, segundo dados do balanço mensal da Associação Nacional da Previdência Privada (Anapp), divulgados na semana passada, o segmento cresceu 7,41% no primeiro bimestre deste ano, no comparativo com os dois primeiros meses de 2005.
Os pais de Samuel contrataram o plano apenas um ano depois dele nascer. Com isso, a projeção é que ele consiga uma aposentadoria vitalícia, a partir dos 50 anos de idade, na casa dos R$ 9 mil. Ele
não pensa duas vezes na hora de dizer em qual área pretende atuar. “Vou ser médico”, avisa. Samuel ainda está na quarta série do ensino fundamental.
Vamberto e Juliana Cunha, 36 anos e 28 anos, respectivamente, pretendem fechar o quanto antes o contrato da previdência de seu filho Igor. “Não dá para confiar apenas no INSS, pois o dinheiro não suprirá nossas necessidades”, afirma Vamberto, dentista. A família é precavida. A partir do mês que vem, quando será contratado o plano de Igor, todos terão previdência complementar. Somadas as contribuições do casal mais o valor do plano de Igor, o casal vai desembolsar por mês R$ 900. De acordo com a simulação do plano escolhido para o bebê, Igor vai se aposentar aos 55 anos, com uma pensão mensal de em tomo de R$ 10 mil.
“Os planos para menores representam 5% das reservas e captação e vêm crescendo a cada ano, Esse impulso decorre das vantagens tributárias na declaração do Imposto de Renda (IR)”, pondera o presidente da Anapp, Orlando do Nascimento.
Os dois principais produtos disponíveis no mercado são o Plano Gerador de Benefício Livre (PGBL) e o Vida Gerador de Benefício Livre (VGBL). O primeiro permite dedução de até 12% da renda bruta anual do contribuinte que faz a declaração completa do IR. O segundo não é dedutível (entra na declaração como um bem) e será tributado quando for sacado. “O governo criou um mecanismo para que os pais possam investir o IR no futuro de seus filhos”, analisa Nascimento.
Mesmo fora do nicho de menores de idade, a previdência privada mantém seu apelo junto aos jovens. Há exatamente um ano, Ana Maria Porto contribui com R$ 50 por mês para o seu plano de previdência e aos 44 anos começará a receber um benefício estimado em cerca de R$ 1 mil por mês. `Já é uma tranqüilidade. E um bom complemento”, diz, bem-humorada. Mas Ana garante que pretende aumentar o valor de sua contribuição, para incrementar sua aposentadoria.
Vamberto, o pai do bebê Igor, conta que contratou seu plano há 10 anos, apenas dois anos depois de formado. “Hoje tenho dois planos. Sabe Deus o que pode acontecer. Prefiro estar prevenido.”
Fonte: Jornal do Commercio