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Após sete anos congeladas, tarifas vão subir até 300% na Argentina

Depois de sete anos congeladas, as tarifas de luz e gás na Argentina serão reajustadas no próximo mês. O aumento deve chegar a 300%.Em julho, houve protesto quando o governo autorizou que as tarifas daquele mês já viessem reajustadas, sem avisar os usuários com antecedência. Sob forte crítica dos consumidores, ações judiciais e pressão da oposição, o governo adiou o reajuste até setembro.
“Até 2001, havia uma marco regulatório em vigor, com as tarifas sendo reajustadas em função da demanda”, diz Mariano Lanothe, analista da consultoria Abeceb.
Na crise de 2002, as tarifas foram congeladas. “Estamos pagando muito menos pela luz e pelo gás do que vários países da região”, diz Lanothe.
No caso da energia, consumidores residenciais que usam até 650 kw/mês pagam 12 centavos de peso o kw/h (R$ 0,05). Em São Paulo, a tarifa da AES Eletropaulo, sem impostos, é de R$ 0,26.
Para atenuar o impacto do congelamento na receita das empresas distribuidoras de energia elétrica e gás, o governo argentino passou a subsidiar as companhias.
Gastos estatais
Segundo a Abeceb, no último ano e meio, o Estado gastou um total 18 bilhões de pesos (R$ 8,6 bilhões) com empresas públicas e com os subsídios às fornecedoras. “Isso se tornou insustentável.”
Lanothe diz que o aumento das tarifas vai permitir ao governo reduzir os gastos com o subsídio. Na prática, transfere parte desse gasto para o consumidor.
Os reajustes dos preços da eletricidade e do gás foram aprovados no ano passado, mas aplicados somente em julho – no mês seguinte às eleições legislativas.
Segundo o jornal “Clarín”, se o governo da presidente Cristina Kirchner não voltar atrás novamente, as tarifas terão um aumento de até 300% em relação a 2008.
As empresas privadas de energia e gás são as maiores defensoras e beneficiárias do reajuste. Elas vinham pressionando por aumentos. Mas ainda cobram um marco regulatório que estabeleça claramente as regras para reajuste.
Em 2006, a francesa Suez, sócia da Aguas Argentinas, que fornece água a Buenos Aires, deixou o país por não conseguir convencer o governo a autorizar um reajuste de 60% das tarifas. O então presidente Néstor Kirchner ofereceu 16%.
O governo prometeu criar uma sistema que informará com antecedência o cliente que mudar de faixa de consumo em determinado mês qual será a tarifa que incidirá sobre o novo gasto. As empresas dizem que isso será difícil de colocar em prática até o próximo mês.

Fonte: G1

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