Após cair abaixo dos R$ 1,60, dólar opera em alta
Após terminar o último pregão abaixo da marca de de R$ 1,60, o dólar mostra uma leve alta nesta quinta-feira (26). Por volta das 15h40, a moeda americana era negociada na Bolsa de Mercadorias & Futuros (BM&F) a R$ 1,597, com valorização de 0,31%.
Na quarta-feira, a divisa terminou o pregão cotada a R$ 1,591, com baixa de 0,75%. A moeda perdeu a “marca psicológica” de R$ 1,60 depois da divulgação da decisão do Fed (Federal Reserve, o Banco Central americano), que manteve as taxas de juros dos EUA em 2% ao ano.
Novamente, o valor é o mais baixo desde janeiro de 1999, quando o câmbio sofreu forte desvalorização por conta da decisão do Banco Central (BC) de abandonar a paridade de “um para um” entre o real e a moeda norte-americana. Em 20 de janeiro de 1999, a moeda norte-americana fechou a R$ 1,59.
Reinaldo Bonfim, diretor da Pioneer Corretora, diz acreditar que a tendência do dólar continua sendo de queda. “Na casa de R$ 1,50 já estamos, agora resta saber qual é o piso. Se é que isso tem piso.”
Queda de 10% no ano:
O câmbio entre dólar e real acumula baixa de mais de 10% neste ano. Durante o dia, o dólar operou acima do piso de R$ 1,60, mas na última hora de negócios a marca foi rompida.
Segundo Reginaldo Galhardo, gerente de câmbio da Treviso Corretora de Câmbio, a expectativa maior era “romper o psicológico de 1,60 real”. Após o anúncio do banco central dos EUA, a moeda cedeu ainda mais.
Segundo Marcelo Voss, economista-chefe da corretora Liquidez, o fato do Fed demonstrar preocupação com a inflação dá mais tranquilidade para o investidor aplicar o seu capital em países emergentes.
“O Fed veio exatamente do jeito que o mercado queria, dando peso à inflação”, afirmou o economista. “Como em tese você diminui o potencial de uma estagflação, a lógica é que o Fed não vai perder o controle. Quanto mais estável, menor a aversão a risco”, ressaltou.
Fonte: O Globo