Aon quer expandir operações no Brasil
O Brasil está no alvo para expansão da Aon Risk Services, uma das maiores empresas em corretagem de seguros e gerenciamento de riscos do mundo. É o que diz o presidente e CEO da companhia, Gregory C. Case, que passou pelo Rio quarta-feira para abrir a reunião anual de seus executivos, realizada no hotel Copacabana Palace. “O Brasil desponta como uma das maiores oportunidades para a Aon em termos de gerenciamento de riscos e seguros”. As operações da empresa no Brasil, no entanto, ainda são modestas.
Presente em 120 países, a Aon respondeu pela colocação de US$ 80 bilhões em prêmios de seguros industriais, marítimos, aeronáuticos, de logística, eventos e outros ramos industriais, comerciais e de serviços em todo mundo.
Em sua primeira visita ao Brasil, Case, americano de Chicago, disse que a operação local – que movimentou US$ 1 bilhão em prêmios -, embora pequena comparada à dos Estados Unidos e da Europa, é a de maior crescimento e potencial.
No ano passado, cresceu 30%, conduzida pelos segmentos de benefícios (42%), transportes (38%), riscos de engenharia (31%) e produtos financeiros (24%). A projeção para este ano é avançar mais 20% a 22%.
Para Case, o potencial de negócios no país está relacionado principalmente aos setores de energia, construção e infraestrutura. Um dos maiores negócios na área de energia do qual a Aon participou recentemente foi o consórcio de corretoras que colocou no mercado a apólice da usina de Santo Antônio, no rio Madeira.
Case contou como a corretora administrou a crise financeira internacional que atingiu em cheio a indústria de seguros em geral e uma das principais empresas com que a Aon opera globalmente, a AIG.
Fazendo uma análise do terremoto que abalou o mercado financeiro, passado um ano, Case considera que o impacto para a indústria seguradora foi pequeno se comparado com outros setores financeiros.
As companhias de seguros comerciais (não financeiros) chegaram a perder entre 20% e 25% de sua capacidade durante a crise, enquanto as de resseguros perderam 15%.
Mas muitas dessas linhas voltaram este ano, quando o mercado retomou a atividade, porque os ativos que compõem o capital das seguradoras e resseguradoras (ações e títulos de renda fixa) se valorizaram nos últimos seis meses.
Maior seguradora do mundo e vítima da crise financeira iniciada em setembro de 2008, a AIG só não quebrou porque o governo americano injetou US$ 85 bilhões para salvá-la.
Foi um problema, tanto para as pessoas e empresas que tinham seus seguros com a companhia, como para os corretores que intermedeiam os negócios. “Ainda trabalhamos muito com a AIG, que continua sendo uma importante companhia de seguros”, disse Case.
A Aon trabalha somente as linhas de seguros comerciais com a AIG, o que evitou um impacto maior nos contratos de seus clientes, já que o problema da seguradora americana foi na área de produtos financeiros.
As linhas comerciais de seguros são altamente reguladas e o capital constituído para essas operações é protegido por leis e normas que, segundo ele, ajudaram a preservá-las.
Mesmo assim, a Aon teve um trabalho adicional em monitorar a crise em todos os países em que opera e fazer com que os clientes entendessem o que estava acontecendo.
“Montamos uma sala da situação Aon, em que operávamos 24 horas por dia, sete dias por semana, monitorando a situação em todo mundo e no mercado de seguros”, contou Case, garantindo que não perdeu nenhum cliente na crise.
Fonte: Valor