Aon fecha ciclo com operação no Peru
Uma década após iniciar suas operações no Brasil, a corretora Aon Affinity prepara sua consolidação na América Latina. A empresa, cuja especialidade são seguros de baixo custo – conhecidos como massificados – anunciou a inauguração de uma nova unidade de negócios no Peru, que determina o fechamento de seu plano de expansão orgânica para a região. Além da operação brasileira, a Aon possui escritórios no México, Argentina, Colômbia e Chile, com 7.500 funcionários ao todo.
Desde sua chegada ao Brasil, a empresa americana atua em parceria com prestadoras de serviços públicos. Utiliza a base de clientes dessas companhias que fornecem energia elétrica e telefonia para distribuir apólices a seus clientes. No País, a primeira parceria da corretora foi fechada com a concessionária CPFL (Companhia Paulista de Força e Luz), em 1999.
O modelo de negócios da Aon será replicado no Peru, cuja operação ganhará o incremento dos bancos locais para distribuir as apólices. “Essa foi uma grata surpresa que tivemos naquele país. Ao contrário do Brasil, as instituições financeiras se colocaram à disposição para parcerias”, diz o presidente da Aon na América Latina, José Macedo. “O Peru tem grande potencial para a venda de seguros massificados”, afirma.
A corretora já inicia suas operações no Peru com três negócios fechados. Um deles com o banco Continental BBVA. Os outros dois parceiros são as redes varejistas Carsa e Curaçau. “Contamos ainda com dez empresas que nos fornecem um banco de dados de varejo. Queremos replicar em toda a região o sucesso conseguido pela operação brasileira”, diz Macedo.
No Brasil, a corretora tem registrado crescimento médio anual de 35%. A operação local, que está baseada em escritórios em São Paulo, Rio de Janeiro e Salvador, administra uma carteira de mais de 8 milhões de clientes. No ano passado, a Aon faturou R$ 300 milhões. E projeta crescer 40% durante este ano.
Estratégias
Com seus negócios bastante concentrados em apólices distribuídas a concessionárias de serviços públicos – que equivalem a 50% de seu faturamento -, a Aon não pretende mudar seu foco de atuação. Como detém 95% do mercado de seguros distribuídos por empresas de telefonia fixa e outros 75% no mercado de apólices negociadas com a base de clientes de empresas do ramo de energia elétrica, a companhia vislumbra captar novos parceiros.
A estratégia inclui explorar ainda mais o segmento, conhecido como “utilities”, ampliando parcerias para outros clientes, como TV a cabo, internet e serviços de transporte público.
A modalidade de seguros distribuídos através do comércio varejista é outra com grande importância para a corretora. Essa carteira, que deve registrar crescimento de 35% no ano, inclui 3,6 milhões de segurados, quase 1.300 pontos-de-venda e representa 30% do faturamento da companhia. A operação é baseada em 17 parceiros, como as redes Paquetá, Obino e Dudony.
Uma das principais vantagens da distribuição de apólices dessa forma é a de aproveitar a base de clientes das lojas. Os seguros negociados com o varejo são diluídos em pequenas parcelas do cartão do estabelecimento.Outros continentes
Com a consolidação dos negócios na América Latina, a Aon passará a dirigir atenções à sua expansão em outros continentes. Os próximos alvos são Ásia e Europa. “A intenção é utilizar todo o suporte da operação brasileira. Também podemos fazer aquisições futuras”, diz Macedo.
(Gazeta Mercantil/Finanças & Mercados – Pág. 2)(Luciano Feltrin)
Fonte: Gazeta Mercantil