Ao gosto do segurado
O cidadão que se lembra do seguro do carro apenas na hora de renová-lo ou no infortúnio de um sinistro nem se dá conta de que o mercado securitário passa por uma verdadeira ebulição, com transformações perceptíveis hoje e outras que em breve serão notórias. São fusões, leis de solvência, quebra de monopólios, negociações de balcões de vendas e, em meio a tudo, uma acirrada disputa de mercado.
Essa disputa se evidencia pela redução acentuada no prêmio médio de seguros, de 10% no último ano. E o que isso significa para os segurados? Significa oportunidade de melhores negócios, que pode se traduzir em apólices mais vantajosas e robustas.
Entre as vantagens, destaco duas variáveis das apólices de seguros de automóveis que podem ser exploradas: a flexibilização da franquia e a importância segurada definida na cobertura de responsabilidade civil. Flexibilização de franquia é a possibilidade de contratar o seguro e definir uma participação obrigatória maior ou menor, em caso de sinistro. Em termos financeiros, a equação é simples: se a franquia for menor, o prêmio será maior. Por conseguinte, franquia maior, prêmio menor.
Para escolher a melhor opção, o consumidor deve antes de tudo analisar seu grau de maturidade como motorista. Habilitações novas, estatisticamente, utilizam mais o seguro. Dessa forma, a melhor escolha é um seguro com franquia reduzida. Já motoristas mais experientes, ou que se expõem pouco a riscos, podem optar pelo inverso.
A lógica é perfeita, e vamos lembrar que o momento é bom para o segurado. Ao contratar um seguro para minimizar possíveis perdas, mesmo para os melhores motoristas, a franquia reduzida pode ser uma boa opção, pois o valor acrescido ao prêmio é pequeno, se comparado à redução que a franquia sofre.
Como exemplo, um Astra 2005 com prêmio de R$ 2.347,35 teria franquia de R$ 1.696,48. Já o mesmo carro, com franquia reduzida para R$ 922,00, pagaria R$ 2.529,23, ou seja, 7% a mais para uma redução de 46%.
Muitos segurados já perceberam essa vantagem, e, no último trimestre, registramos um crescimento de 78% na contratação de apólices com franquia reduzida.
Quanto à cobertura de responsabilidade civil, quero chamar atenção para a definição da importância segurada. Para começar, responsabilidade civil, ou RC, como chamamos no meio, é o seguro que indeniza os prejuízos materiais ou físicos que causamos a terceiros. É uma cobertura com baixo custo de contratação, à qual muitas vezes não damos importância, mas que pode nos livrar de grandes transtornos ou prejuízos, se causarmos um acidente. O valor da RC, que definirá o limite máximo de responsabilidade, ou seja, até quanto a seguradora indenizará sua vítima ou cobrirá os prejuízos financeiros causados, é definido pelo segurado, que normalmente não se dá conta e acaba aceitando a sugestão do corretor, muitas vezes preocupado em baixar alguns reais do prêmio para não perder negócios.
No mesmo exemplo do Astra 2005, a apólice com franquia reduzida embute uma cobertura para danos materiais de R$ 31 mil e danos corporais de R$ 47 mil, valores insuficientes se causarmos perda total em um carro importado ou tirarmos uma vida.
Se aumentarmos ambas para R$ 93 mil, o prêmio aumentará apenas R$ 74. Quase nada, se pensarmos na dor de cabeça de que ficaremos livres.
Para você, segurado, este é o momento de adquirir mais, por, no mínimo, o mesmo preço do ano passado. Afinal, mesmo o condutor mais experiente não sabe quando cruzará o caminho de um menos experiente e, às vezes, com uma baixa importância segurada de RC.
Fonte: Gazeta Mercantil