Análise aponta desafios e oportunidades no Brasil
No painel “O mercado Segurador e o Brasil pós-crise”, ocorrido durante o 4º Encontro de Inteligência de Mercado, nesta quarta-feira (6/11), o palestrante Marcelo Neri, que é economista da Fundação Getúlio Vargas (FGV), apontou o que determina a demanda de seguros fazendo uma leitura a partir de microdados econômicos do IBGE.
Segundo ele, os microdados são gerados a partir de registros administrativos e pesquisas de campo, permitindo o monitoramento, mapeamento e projeções. “Entender causa e efeito é indispensável na gestão de qualquer política pública ou privada. O setor precisa mapear a desigualdade e a elasticidade na renda de seguros”, disse o ele.
A pesquisa da FGV Social a partir de microdados do IBGE revela que 46% das pessoas que adquiriram planos de saúde entre os anos de 2012 e 2014 o fizeram pela primeira vez. Outra pesquisa da FGV Social, utilizando dados da Secretaria da Receita Federal, permitiu a elaboração do ranking de renda mensal por cidades, abrangendo 5.500 municípios brasileiros. “Os dados do IR nos fornecem informações valiosas, permitindo, por exemplo, saber onde estão as pessoas mais ricas do país”, disse ele.
Com os dados, é possível medir quatro dimensões: Prosperidade (crescimento da média de renda e consumo), Igualdade (olhar para distribuição, entre indivíduos e grupos da sociedade, de fluxos de renda, estoques de ativos e direitos), Sustentabilidade (possibilidade de manter os padrões de vida conquistados) e Sensibilidade (baseada na percepção subjetiva das pessoas sobre o país, os serviços públicos e sua qualidade de vida). “Analisamos, por exemplo, que, na última década, tem crescido a desaprovação às lideranças públicas do país e o medo da violência”.
O palestrante apontou também o aumento no volume de vendas de seguros no varejo. Segundo ele, o crescimento da demanda pode ser explicado pelo aumento de renda e da população. Entre 1995 e 2015, a renda do brasileiro cresceu 39,74%, o crescimento populacional cresceu 31,97% e o número de domicílios teve elevação de 72,41%. “Os domicílios estão se tornando menores. Então, quando se fala de quantidade de casas, identifica-se um segmento mais pujante, por exemplo, para a aplicação do seguro residencial”.
Alex Korner, Head de Produtos de Seguros do Santander e presidente da Comissão de inteligência de Mercado da CNseg, participou como debatedor e Luiz Roberto Cunha, decano do centro de Ciências Sociais do Departamento de Economia da PUC-Rio, como mediador.
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