Mercado de Seguros

Alta nos furtos reforça demanda por seguro para celulares

Um levantamento divulgado pelo jornal O Globo apontou que dez bairros da cidade do Rio de Janeiro concentram um terço dos roubos de celulares registrados na capital fluminense em 2024. Os dados revelam a atuação de quadrilhas organizadas, que transformam crimes aparentemente pontuais em etapas de um mercado ilegal lucrativo, sustentado por centrais clandestinas de desbloqueio, receptadores experientes e canais de revenda bem estruturados. Essa realidade, que vem causando danos financeiros para as famílias das regiões, demonstra a necessidade do seguro de celular.

As áreas mais afetadas incluem bairros como Centro, Tijuca, Maracanã, Barra da Tijuca e Botafogo, locais com grande circulação de pessoas e próximos a centros comerciais populares, que acabam facilitando tanto os crimes quanto a redistribuição dos itens subtraídos. Em uma única operação, a Polícia Civil apreendeu cerca de 200 aparelhos escondidos em uma central clandestina de desbloqueio no Morro do Fallet, evidenciando o nível de sofisticação e alcance das redes criminosas.

Além da perda do bem material, as vítimas correm o risco de ter dados bancários acessados, perfis em redes sociais invadidos e informações pessoais utilizadas para aplicação de golpes. Isso reforça a importância da proteção especializada para bens de alto valor e uso constante, como dispositivos móveis. O seguro para esse tipo de item surge como uma solução eficaz para minimizar prejuízos financeiros e dar mais tranquilidade ao consumidor.

Segundo o especialista em seguros Caio Henrique Cones, Sócio Diretor da WA Seguros, o seguro de celular é uma ferramenta importante para minimizar o impacto financeiro do roubo ou furto. “Em regiões onde esse tipo de crime é mais frequente, ele oferece ao segurado a possibilidade de repor rapidamente o aparelho sem arcar com todo o prejuízo.”, comentou.

Cones explica, que além disso, existem seguradoras que oferecem coberturas completas que cobrem quebra acidental, proteção contra furto simples [sem vestígio de crime], indenização para transações digitais indevidas após roubo/furto. “Ou seja, o seguro não impede o crime, mas transforma uma experiência traumática em um problema mais fácil de resolver.”, diz.

O Cálculo dos Seguros

Caio Henrique explicou ao CQCS que o valor dos seguros consideram o risco de cada CPF e localidade. Que regiões com maior índice de sinistros tendem a ter seguros mais caros. “Bairros com maior incidência de roubos e furtos tendem a ter prêmios (mensalidades) mais altos, pois a probabilidade de sinistro é maior. Assim como a incidência de sinistro em um mesmo CPF.” Cones explica que é semelhante ao que ocorre no seguro de automóveis: locais com maior risco de furto ou roubo impactam diretamente no preço da apólice.

Quanto ao vazamento de dados, esse tipo de sinistro já tem sido observado por algumas seguradoras, que passaram a oferecer alternativas para aliviar os riscos, porém, sem indenização. “Algumas seguradoras oferecem assistência para bloqueio ou tentativa de recuperação de dados, mas isso não é uma cobertura indenizatória. Ou seja, se os dados não forem recuperados, não há pagamento de indenização.”

De acordo com a reportagem do jornal O Globo, parte dos aparelhos roubados foi devolvida aos donos, mas muitos não puderam ser restituídos por falta de registro do número de identificação (IMEI) ou ausência de boletins de ocorrência. Esse dado também reforça a importância de manter informações bem organizadas e atualizadas, algo frequentemente exigido pelas seguradoras em caso de sinistro.

Diante da alta recorrência dos crimes e da dificuldade de responsabilizar os envolvidos, inclusive por reincidência e falhas no sistema penal, o seguro se apresenta como uma ferramenta de apoio à população, especialmente em regiões com histórico de insegurança, porém, o especialista em seguros alerta que a falta de segurança de dados precisa ser vista de mais atenção e ser expandida para a nova realidade.

“Ainda não existem coberturas formais para vazamento de dados ou exposição pública, como casos de invasão de redes sociais, mas este é um espaço em evolução e uma tendência de expansão do mercado, acompanhando as novas demandas de proteção digital.”, concluiu.

Fonte: CQCS

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