Allianz terá resseguradora no Brasil
O pedido de autorização já foi entregue à Superintendência de Seguros Privados (Susep). O grupo quer aproveitar a abertura do mercado brasileiro à competição estrangeira para trazer novos produtos ao país.
Um dos seguros que serão lançados no Brasil é uma apólice para a indústria farmacêutica e de cosméticos, que cobre os testes com pessoas ou animais para o desenvolvimento de novos produtos.
Nesse caso, a indústria que quer fazer os testes contrata a apólice, que cobre eventuais problemas com a pessoa que aceitou participar da experiência, como uma alergia no caso de um produto de beleza, por exemplo. A Allianz já tem apólices desse tipo em vários países, mas só com a abertura do resseguro no Brasil, que antes era monopólio do IRB-Brasil Re, vai conseguir lançar esse tipo de seguro no país.
Outro produto que a seguradora vai lançar é um seguro que reúne duas proteções em um único produto. Voltada para famílias, o seguro tem em uma mesma apólice a cobertura de responsabilidade civil (danos causados aos membros da família) e roubo (que inclui também material esportivo). Com o mercado fechado, uma apólice assim seria inviável, diz a Allianz.
Quem vai operar no Brasil no resseguro é a Allianz Global Corporate and Specialty (AGCS), na categoria admitida, que exige a criação de um escritório de representação no país. Segundo Max Thiermann, presidente da Allianz do Brasil, a nova empresa deve cuidar apenas dos negócios do grupo no país, não operando para terceiros. Hoje, a Allianz trabalha basicamente com o IRB (com a condição de que a estatal repasse parte do risco a resseguradoras do grupo).
Nos grandes riscos, a Allianz participou das duas apólices bilionárias da usina de Santo Antônio, no rio Madeira (a de grandes riscos e a de garantias). Outro nicho no radar da seguradora alemã são usinas eólicas, no qual conseguiu vários contratos.
A mais nova aposta do grupo alemão é em cinema. A seguradora acaba de lançar no Brasil um seguro que cobre desde a pré-produção de filmes até a pós-produção.
Um dos diferenciais da Allianz na área de cinema é que o grupo alemão é dono da Fireman´s Fund Insurance Company, seguradora que nasceu a partir de um fundo para bombeiros americanos e que é a maior em Hollywood. Ela cobriu, por exemplo, mais da metade da produção dos filmes indicados ao Oscar este ano (foram quase 80 filmes). Já fez seguro de produções de estúdios como Disney, Dreamworks, MGM e Universal.
Na área de entretenimento, participou dos shows de Madonna e de Andrea Bocelli.
Vários executivos da unidade brasileira passaram uma temporada em treinamento na sede da empresa, em San Francisco. Para Thiermann, essa é a principal vantagem do grupo, que opera em mais de 70 países e permite a troca de experiências.
Com a crise, Thiermann conta que a matriz na Alemanha está bem mais cautelosa, recomendando corte de custos e controle de gastos. “É a primeira grande crise que os europeus enfrentam desde a Segunda Guerra. Por isso, está todo mundo assustado”
O grupo Allianz divulgou forte queda nos lucros, que baixaram de 1,15 bilhão no primeiro trimestre de 2008, para apenas 29 milhões no mesmo período deste ano. Já os prêmios subiram 2,8%, para 27,7 bilhões. Mas, o grupo diz estar capitalizado e que a carteira de investimentos é de alta qualidade.
Fonte: Valor