Allianz Saúde em busca do cliente perdido
Com 140 mil clientes, seguradora volta a investir em clientes de pequenas e médias empresas
Não é de hoje que a sobrevivência de empresas pequenas, com até 150 mil clientes, é discutida no mercado de planos de saúde. A dúvida é a seguinte: faz sentido manter uma operadora pequena quando os concorrentes vêm mostrando vontade, e condições financeiras, para fazer consolidação?
De acordo com Mauricio Lopes, diretor da Allianz Saúde, o conceito de pequeno émuito relativo no setor de saúde. “Essa discussão sobre o tamanho mínimo das operadoras é patrocinado pela Agência Nacional de Saúde (ANS) com base em alguns fatos: para manter uma operação na área de planos, uma empresa precisa ter capital mínimo, escala, operacionalidade e rentabilidade. E muitas pequenas não conseguem isso”, afirma o executivo.
O caso da Allianz Saúde, que tem 140 mil vidas, é bem diferente, garante Lopes. “Estamos dentro de uma operação multinacional, nosso problema não é escala”, afirma. “Trabalha comigo toda a área jurídica, atuarial e de atendimento da multinacional. Isto faz com que nossa despesa administrativa seja baixa.”
A área de saúde foi colocada como prioridade para o desenvolvimento da seguradora no Brasil em 2010. Lopes sabe que tem muito trabalho pela frente. A empresa teve um crescimento parco em 2008 e em 2009, por conta não só das dificuldades do mercado. “No final de 2008, perdemos importantes carteiras de clientes,mas já notamos uma tendência de recuperação”, diz.
O faturamento da empresa chegará a R$ 370 milhões neste ano, resultado 4,5% superior ao de 2008, de R$ 354 milhões. Porém, a Allianz Saúde tem recebíveis de R$ 400 milhões. O valor é alto para o tamanho da carteira por conta do formato de produto de saúde da seguradora, voltado para o mercado corporativo, mas de olho no alto escalão. “Não atendemos o chão de fábrica”, afirma Lopes.
A empresa acredita que trabalhar com produtos básicos torna mais difícil manter o padrão de qualidade. “Um transplante complicado pode acabar com o fluxo de caixa de uma operação”, afirma.
Estratégia de expansão
Para colocar sua expansão de volta aos trilhos, a Allianz Saúde está relançando seu produto voltado para pequenas e médias empresas (PME), com até 99 vidas. O momento é o certo desta vez. A expectativa da empresa é que o desenvolvimento econômico leve ao crescimento de empresas menores.
A seguradora possui hoje 24 mil clientes na área de PME e quer aumentar esta carteira em 30% já no primeiro ano. “Nosso foco é atingir o empresário, que muitas vezes saiu de uma multinacional, e que quer manter o padrão de qualidade na saúde.”
Para atender estes clientes, a empresa criou um modelo de atendimento express, com cotação 100% on-line. “A operação feita de forma digital evita a impressão de papéis e o processo também traz maior segurança jurídica ao cliente”, afirma. ¦
“Essa discussão sobre o tamanho mínimo das operadoras é patrocinada pela Agência Nacional de Saúde (ANS) com base em alguns fatos: para manter uma operação na área de planos, a empresa precisa ter capital mínimo, escala e rentabilidade. E muitas pequenas não conseguem isso.
Fonte: Brasil Econômico