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Alckmin diz que quer disputar Presidência da República

“Se você me perguntar se eu quero ser [candidato à Presidência], vou dizer olhando aqui, nos seus olhos, que sim. E estou preparado para ser candidato, sabendo que não vai ser fácil o futuro, mas o Brasil tem tudo para se recuperar”. O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), usou o Twitter para assumir o discurso de candidato e distribuir promessas nas mais diferentes áreas, se for eleito presidente. Em vídeos publicados na rede social, Alckmin defendeu concessões, a redução dos Juros, o reforço do combate ao tráfico de drogas e de armas e dirigiu-se aos eleitores do Nordeste para garantir como prioridade a geração de emprego e renda.

Alckmin mudou de estratégia e passou a falar abertamente de sua disposição em disputar a Presidência depois que o prefeito de São Paulo, João Doria (PSDB), intensificou a agenda de viagens pelo país para projetar nacionalmente sua pré-candidatura presidencial. Ontem, por exemplo, Doria foi para o Espírito Santo, para eventos em Vitória e Vila Velha. Na semana passada, o prefeito viajou quatro dias para encontros com políticos, empresários e entrevistas com meios de comunicação em cidades do Nordeste e do interior paulista.

Com essa movimentação, o governador paulista não tem poupado Doria de críticas, ainda que indiretas, e ontem voltou a dizer que “encurtar o governo” e “precipitar a sucessão” prejudicam o povo. Alckmin reiterou que o PSDB deve realizar prévias ainda este ano e desconversou sobre um eventual apoio a Doria, caso o prefeito seja escolhido como candidato.

Em um dos vídeos publicados ontem na rede social, Alckmin disse que o lançamento de uma candidatura presidencial deve ser uma decisão coletiva e não pessoal. Em seguida, falou “olho no olho” que quer ser candidato.

Horas depois de publicar os vídeos, Alckmin reconheceu Doria como candidato à Presidência e possível adversário dentro do partido para as eleições de 2018. Em conversa com jornalistas, disse que o PSDB deve fazer uma ampla a consulta a seus filiados para escolher o candidato e lembrou que se não fosse a prévia, Doria não teria nem disputado a prefeitura paulistana em 2016. O governador foi o principal cabo eleitoral de seu afilhado político, que quase não tinha apoiadores dentro do PSDB.

“Precisa democratizar os partidos. Quanto mais abrir a consulta, melhor. João Doria não seria candidato se não fosse a prévia”, afirmou, depois de participar de um evento na sede do governo paulista, em São Paulo. Segundo Alckmin, Doria teria “chance zero” de ser candidato em 2016 à prefeitura se a decisão tivesse dependido apenas do “diretório local”, ou seja, de um grupo seleto de dirigentes.

Alckmin fez críticas indiretas a seu afilhado político e reclamou da agenda de viagens do prefeito, ao ser questionado se poderia apoiar Doria à Presidência. “Tenho defendido primeiro não fazer correria agora, porque não devemos encurtar o governo. Quando você precipita muito a sucessão, você encurta o governo, o que não é bom para a população”, disse.

A possibilidade de Doria ser o candidato do PSDB à sucessão de Alckmin no governo paulista é praticamente descartada tanto por aliados do governador quanto do prefeito. O governador rejeitou também uma articulação que tem sido feita por Doria junto com o PMDB: os pemedebistas apoiariam a candidatura à Presidência do PSDB, em troca de os tucanos não lançarem candidato próprio em São Paulo e participarem da chapa encabeçada pelo PMDB. “Um partido grande, como o PSDB, com bons quadros, normalmente tem candidato. Você só pode fazer coligação com quem não tem candidatura. Mas é um tema lá para frente e não um tema para agora”, afirmou Alckmin.

 

Fonte: Valor

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