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AIG tem prejuízo recorde

Francesco Guerrera e Justin Baer – Financial Times, de Nova York
A crise no American International Group (AIG) aprofundou-se ainda mais ontem, após a seguradora anunciar baixa contábil de US$ 15 bilhões relacionada a perdas de crédito, o que a levou a levantar US$ 12, 5 bilhões para reforçar seu debilitado balanço patrimonial. O resultado fraco no primeiro trimestre e o aumento de capital aumentam a pressão sobre o executivo-chefe da seguradora americana, Martin Sullivan, e dissipam as esperanças dos investidores de que a turbulência nos mercados de crédito estivesse se acalmando.
A AIG também anunciou que busca um novo diretor de finanças, depois de Steven Bensinger, atualmente no cargo, ter sido transferido para a unidade de serviços financeiros como vice-presidente. Somados aos quase US$ 15 bilhões em perdas e baixas contábeis no quarto trimestre, a crise de crédito custou à AIG mais de US$ 30 bilhões até agora.
As perdas do trimestre passado, anunciadas após o fechamento do mercado, superaram as estimativas em Wall Street elevaram a agencia avaliadora Standard & Poor´s a reduzir a classificação de crédito da empresa em uma nota, de “AA” para “AA-“.
A AIG registrou prejuízo liquido de US$ 7, 8bilhões, ou US$ 3, 09 por ação, no primeiro trimestre, afetado pela forte queda do valor dos papéis ligados a hipotecas dos EUA. O resultado da seguradora incluiu perdas, antes de impostos, de US$ 9, 1 bilhões com swaps de crédito, contratos de derivativos que servem para proteção contra calotes de bônus, além de baixa contábil de US$ 6, 1 bilhões no valor de papéis relacionados a hipotecas.”Os resultados não refletem as forças e potencial básico da AIG; refletem as condições externas extremamente adversas que afetam o espectro de empresas expostas aos mercados de imobiliário residencial, de crédito e de capitais nos EUA”, afirmou Sullivan.
O executivo acrescentou que a “severidade” das perdas de crédito e o declínio no valor da carteira de investimentos estiveram “além” de suas expectativas. Sullivan, contudo, sustentou que a seguradora está tomando “ações estratégicas apropriadas” para capitalizar qualquer oportunidade que possa surgir com a agitação nos mercados de capitais.
Também disse confiar que o novo aumento de capital permitirá à AIG “responder às condições atuais do mercado e oportunidades que possam surgir”.
A operação de aumento de capital foi iniciada ontem, com a oferta de US$ 7, 5 bilhões em ações ordinárias e valores mobiliários atrelados a ações. Posteriormente, a empresa também pretende lançar ações preferenciais no valor de US$ 5 bilhões.
Apesar dos esforços para aumentar o capital, a empresa elevou os dividendos trimestrais em 10%, para US$ 0, 22 por ação. O lucro operacional da divisão de seguros gerais da AIG caiu 46%, para US$ 1, 6 bilhão, afetado pelo declínio nos ganhos com subscrições nas linhas de seguros pessoais, de hipotecas e comerciais. A unidade de seguro de vida teve lucro operacional de US$ 2, 5 bilhões, próximo ao obtido no mesmo período do ano passado. A divisão de serviços financeiros perdeu US$ 8, 6 bilhões com os problemas nos mercados de crédito. O lucro do grupo de gestão de recursos caiu de US$ 778 milhões para US$ 154 milhões.

Fonte: Valor

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