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AIG perde US$ 25 bilhões e ganha novo socorro

No dia em que anunciou prejuízo líquido de quase US$ 25 bilhões no terceiro trimestre deste ano, a American International Group (AIG), um dos barris de pólvora da atual crise financeira, conseguiu ampliar o socorro recebido do governo dos Estados Unidos em setembro de US$ 85 bilhões para US$ 150 bilhões.
O Fed (Federal Reserve, o Banco Central dos EUA) vai reduzir o empréstimo original para US$ 60 bilhões e comprar US$ 40 bilhões em ações preferenciais e US$ 52,5 bilhões em papéis vinculados a financiamentos de imóveis residenciais pertencentes ou garantidos pela AIG Financial Products, braço financeiro e principal responsável pelas perdas bilionárias da gigante do setor de seguros.
De acordo com o balanço trimestral divulgado ontem, a AIG registrou prejuízo recorde de US$ 24,5 bilhões, ou US$ 9,05 por ação. Trata-se da quarto trimestre consecutivo de perdas, que já superam o montante de US$ 40 bilhões em 2008. No ano passado, a seguradora fechou o trimestre com lucro de US$ 3,09 bilhões.
Os contribuintes norte-americanos assumirão mais risco para dar ao principal executivo, Edward Liddy, tempo para reestruturar a AIG e desvincular a companhia de financiamentos podres de imóveis residenciais. O plano de Liddy para pagar o empréstimo original é vender determinadas subsidiárias com poucos negócios. O Unibanco, sócio da AIG no País, aguarda posição do Fed sobre a compra das ações da subsidiária norte-americana.
““Isto dá à AIG muito mais espaço para respirar´´´´, disse Robert Haines, analista da CreditSights .
Balanço financeiro
“Agora, seus executivos têm muito mais tempo e flexibilidade para vender ativos por quantias mais próximas de seu valor intrínseco do que os preços de quem está com a corda no pescoço.” As ações da AIG tiveram alta de 23% ontem, negociadas a US$ 2,59, na abertura do pregão de Nova York.
A AIG registrou US$ 7,05 bilhões em baixas contábeis durante o terceiro trimestre sobre o valor de credit-default swaps – garantias vendidas pela AIG para proteger os investidores em renda fixa – e reviu para baixo o valor de outros ativos em US$ 18,3 bilhões, sem considerar o pagamento de impostos. O programa de empréstimos de papéis da AIG representava US$ 11,7 bilhões, ou dois terços dos US$ 18,3 bilhões em investimentos podres. No momento, a seguradora fechou suas operações de crédito para dar início ao processo de recompra de ações.
O pacote original de resgate do governo norte-americano foi divulgado em 16 de setembro, um dia depois de o banco de investimentos Lehman Brothers ter quebrado. O poder público mudou sua posição, passando a socorrer as instituições, quando o Fed concluiu que a quebra da AIG “aumentaria os níveis já significativos de fragilidade do mercado financeiro”´´.
O socorro reestruturado pode consertar duas operações da AIG que estão drenando recursos devido ao colapso dos mercados de financiamento imobiliário de alto risco (subprime). Na primeira, o governo vai fornecer até US$ 30 bilhões para ajudar a comprar ativos subjacentes de credit-default swaps vendidos pela AIG a investidores, inclusive bancos. A empresa vai contribuir com US$ 5 bilhões. A seguradora garantiu cerca de US$ 372 bilhões de investimentos em renda fixa até 30 de setembro, em comparação com os US$ 441 bilhões registrados três meses antes. O total de ativos da companhia é superior a US$ 1 trilhão.
Na outra nova linha de crédito, o Fed de Nova York vai emprestar até US$ 22,5 bilhões para financiar a compra de papéis vinculados ao financiamento de imóveis residenciais. O Tesouro dos EUA vai comprar US$ 40 bilhões em ações preferenciais recém-emitidas da AIG, usando os US$ 700 do superpacote, aprovado no mês passado.

Fonte: Gazeta Mercantil

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