AIG negocia empréstimo; nota é reduzida
A AIG, uma das maiores seguradoras do mundo, negocia um empréstimo de até US$ 75 bilhões com o Goldman Sachs e o JPMorgan Chase, depois que o Fed (o banco central dos EUA) negou ajuda financeira à instituição. O pedido do empréstimo aos dois grandes bancos americanos foi feito pelo próprio Fed, segundo o “Wall Street Journal”.
A empresa tem buscado nos últimos dias levantar dinheiro para diminuir os temores de que não conseguirá cobrir as suas possíveis perdas e impedir que as agências de classificação de risco reduzam a sua nota.
Na noite de ontem, depois do fechamento dos mercados, Standard & Poor´s, Fitch e Moody´s reduziram a nota da AIG. Ainda não está claro o impacto desses cortes, mas ela deverá ter que garantir mais de US$ 10 bilhões devido à redução. Caso não consiga novos empréstimos, a dúvida é como as Bolsas interpretarão o corte da nota.
O BC dos EUA, segundo pessoas envolvidas nas negociações, deixou claro para a AIG que ela não deve contar com um empréstimo da entidade e precisa buscar o dinheiro com o setor privado.
De acordo com a Bloomberg, o Goldman Sachs e o JPMorgan Chase estão conversando com a AIG para determinar qual o montante que a seguradora necessita. Já o Morgan Stanley teria sido contratado pela divisão de Nova York do Fed para analisar as opções da AIG.
A seguradora procurou o Fed anteontem para obter um empréstimo de US$ 40 bilhões, que seria pago posteriormente com a venda de parte dos seus ativos. No entanto, o BC pretende que o financiamento seja privado.
Também ontem, o governo de Nova York disse que permitirá que a empresa tome emprestado US$ 20 bilhões de suas subsidiárias, para aumentar o seu capital. O Estado não está emprestando dinheiro para a seguradora, mas permitindo que ela transfira ativos que são alvo de regulação mais forte.
Com a empresa tendo dificuldades para conseguir um empréstimo, as suas ações foram as que mais desvalorizaram ontem em Nova York, com queda de 60,79%. Apenas neste mês, os seus papéis tiveram queda de 77,85%.
Ao lado de outras grandes instituições, como o Wa- shington Mutual, a AIG vem sendo apontada como uma das próximas vítimas da atual crise financeira. Desde o quarto trimestre de 2007 até o final de junho deste ano, ela já acumulou prejuízo de cerca de US$ 18 bilhões.
Para tentar continuar operando, ela estaria disposta até a vender alguns dos seus principais ativos, como o setor de leasing de aeronaves.
Fonte: Folha de São Paulo