AIG é investigada na Grã-Bretanha
Londres e Nova York, 13 de Fevereiro de 2009 – A unidade de produtos financeiros do American International Group (AIG), que conduziu a empresa à beira de um colapso com suas apostas ruins em swaps de créditos inadimplentes, está sendo investigada pelos promotores da Grã-Bretanha por possível conduta criminosa. Os investigadores trabalham com as autoridades nos Estados Unidos que lideram revisões em separado, informou ontem a agência britânica Serious Fraud Office (SFO) de Londres, que cuida de severas fraudes. A AIG disse que está cooperando na investigação, que não está relacionada a operações de seguro.
“Usaremos toda a nossa influência para buscar informações e falar com os que possuem conhecimentos internos das operações da companhia”, disse Richard Alderman, diretor da SFO. “Temos direito de investigar as operações na Grã-Bretanha da AIG Financial Products, a fim de determinar se houve conduta criminosa.”
A AIG se desfaz de seu segmento de produtos financeiros, que vendeu derivativos incluindo proteção sobre investimentos de renda fixa e causou cerca de US$ 34 bilhões em baixas contábeis desde 2007. O governo dos Estados Unidos salvou a AIG no ano passado, a fim de reduzir os prejuízos em bancos que negociavam com a empresa seguradora.
Foi uma “surpresa” a SFO revelar a investigação tão cedo, disse David Corker, advogado da Corker Binning, em Londres, que não está envolvido no caso. Em geral, a agência não faz anúncios até terminar de realizar as pesquisas, acrescentou. Joseph Norton, porta-voz da AIG com sede em Nova York, não fez comentários.
O porta-voz da SFO, Sam Jaffa, informou que os investigadores da Grã-Bretanha deliberavam sobre iniciar uma investigação com os EUA “há algum tempo”. Nas próximas duas ou três semanas, planejam se reunir com investigadores norte-americanos e executivos da companhia, acrescentou.
A SFO investiga e leva a juízo os crimes de ordem financeira mais complexos e que envolvem altas somas na Grã-Bretanha. O órgão britânico regulador de mercado, Financial Services Authority, também participa da investigação da AIG.
Fonte: Gazeta Mercantil
